segunda-feira, 27 de abril de 2020

Quarentena Dia 35

No começo imaginei que não chegaria aos 40 dias, mas poderia durar até 4 meses, que foi o tempo que a China precisou pra retomar as atividades. Aos poucos ficou bem claro que, mesmo que não durasse os 40 dias, determinados padrões de comportamento não seriam mais aceitos. E o que eu mais resisto a aceitar é ter que trabalhar de casa. Este trabalho remoto não é algo que me dá satisfação. Mas me fez pensar, antes do que imaginava que posso não ter mais opção da escola integral, bem como é provável que a escola tenha que mudar o horário de funcionamento e reduzir as turmas.
A mais nova não tem conseguido dormir de tarde. Acaba que ela fica bem cansada, irritada. Em alguns dias ela dorme sem jantar, um pouco mais cedo, mas em outros ela dorme no horário costumeiro e vai até mais tarde. Eu não sei o que fazer para conseguir que ela durma. Muitas vezes ela chega a relaxar, coloco na cama, converso sobre a importância dela descansar, não necessariamente nesta ordem... E ela simplesmente levanta 2 ou 3 minutos depois falando que acordou, que já descansou e que quer brincar. Também tem sido comum ela pedir para ir pra escola. Separa as coisas dela, põe uma bolsa nas costas e fala que quer ir pra escola. Já expliquei que a escola está fechada. Ela lamenta, mas aceita. Depois colocamos os vídeos que as professoras enviam com as histórias e as atividades e ela relaxa um pouco. Mas não estamos fazendo as atividades com elas em casa. É que algumas são repetitivas, a mesma atividade na semana seguinte. Então fazemos uma vez só. E ás vezes eu consigo propor alguma atividade diferente para elas.
Hoje nos rendemos às máscaras de tecido. Nunca foi a melhor opção, mas pelo visto vai se tornar um acessório indispensável nos próximos meses. As próximas semanas com certeza serão tensas. Muitas cidades estão começando a interromper a quarentena, o número de casos da doença continua alto e subindo, os hospitais estão bastante lotados e, consequentemente, a quantidade de mortos por dia continua subindo. Desta vez passou mais de uma semana, mas a taxa dobrou, como esperado. Considerando a quantidade de casos e quantidade de recuperados, não vamos chegar aos números astronômicos dos Estados Unidos, mas considerando que a porcentagem da população que foi exposta ao vírus e a quantidade de casos confirmados, ainda tem muita gente para pegar a doença antes de poder ter alguma imunidade. Contra nós pesa o fato de que o vírus esteve muito tempo circulando antes de haver a confirmação do primeiro caso e também foi bem pequeno o intervalo entre a confirmação do primeiro caso e a primeira morte. Todas as metodologias utilizadas para comparar as curvas usam por referência o dia 1 como sendo o do primeiro caso confirmado ou o da primeira morte. Quanto a isso, a curva brasileira é uma das mais acentuadas. Mas a taxa de crescimento é bem mais lenta que outros países. Eu quero ter uma visão otimista, mas está difícil. 
Também começou outro bolão do sai-ou-não-sai de outro ministro. É impressionante a instabilidade governamental do país. Em plena crise de saúde, se gasta um tempo gigantesco tomando partido para um lado ou para o outro, como se fosse a favor ou contra o presidente; de direita ou de esquerda. O mundo não é isso. 
Ainda estou lendo Sonhos. Avancei muitas páginas e provavelmente termino amanhã. Não vejo a hora de passar para o próximo livro considerando o tamanho da minha lista de espera. Atualizei mais alguns arquivos e apaguei mais livros repetidos, atualizei a estante e li bastante para a mais nova. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários, sugestões e críticas são bem vindas desde que feitos com educação. Obrigada por deixar seu comentário.