segunda-feira, 14 de maio de 2012

Orgasmos Fatais


Não sei bem se foi só o título que despertou a minha curiosidade neste livro. Boa parte dele, li na praia. É um ótimo lugar para se ler, mas por ser um lugar público, despertei a curiosidade de muita gente tentando deduzir o livro. Fiquei bastante constrangida de ter que explicar o título. A autora conseguiu chamar muita atenção com ele. Mas a história não gira em torno de sexo. Os romances da Nora Roberts são bem mais safados, ao meu ver. Mas a sociedade ainda tem muitos códigos de conduta desnecessários, que coloca algumas palavras como sendo indecorosas sendo que não deveriam ser.

A história começa com o assassinato de Mariana e gira em torno da investigação. A principal suspeita é Daniela, ex-namorada do atual namorado de Mariana. Além da rixa entre ex, que sempre existe, principalmente quando se trata de alguém importante, a família de Mariana se mete em tudo, o que também aumenta a confusão e os suspeitos. Muitos personagens são mentirosos e os que não mentem usam meias-verdades. Considerei muito positivo para manter o mistério na investigação. Na maior parte do tempo tive dúvida de quem era o assassino, o que considero positivo. E o final até que me convenceu. Mas os personagens não são muito cativantes. Outros personagens são pouco explorados.  A autora explicou que usou isso justamente para que não torcêssemos por determinado personagem. O único que não era suspeito era o investigador, Douglas, mas este se envolveu de tal forma com o caso que deixou de ser completamente neutro.
Considero um excelente romance policial. Foi um bom começo para a autora que está trabalhando nas sequências. E que venham os próximos!

Este livro foi cortesia da autora Fernanda Borges para o grupo Livro Viajante. Fernanda, obrigada por disponibilizar e parabéns pela obra!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Não Leia essa Carta

Bom, a primeira impressão que tive na leitura deste livro é que a escrita é muito gostosa. A história é narrada por Andrew e ele começa narrando a vida de seu pai, explicando a escolha de seu nome e falando sobre sua amizade com Lorenzo.
Apesar de tudo se passar na Flórida, Andrew e seu pai adoram futebol e acompanharam os jogos da Copa de 1986.
Bom, na verdade, Charles, pai de Andrew é um fugitivo da cadeia, um assassino especializado em crianças adotadas e casais em que a mulher tem mau gosto. E como fugitivo, ninguém pode saber de seu paradeiro.
Andrew tenta levar uma vida "normal" apesar dos mistérios e crimes que envolvem a vida de sua família, até que um conhecido do trabalho, aparentemente tem como objetivo de vida encontrar seu pai e devolvê-lo à cadeia. E Charles foge.
Alguns dias depois, Andrew recebe uma carta com ameaças e a narração muda bastante. Ele e Lorenzo tentam descobrir quem enviou as cartas misteriosas e vão recebendo novas cartas. A cada carta, uma nova ameaça. A princípio só há um suspeito, mas depois o "raciocínio dedutivo" de Andrew nos leva a outros suspeitos.
Andrew é muitas vezes satirizado por sua inocência e seu medo pelos pais e por Lorenzo e por isso é também muito divertido e atrapalhado. Em sua busca pelo autor das cartas, Andrew tem vários desatinos, desconfia de todos e vai envolvendo cada vez mais pessoas em torno das ameaças. No fim, ele consegue descobrir o autor das cartas, mas o final é surpreendente.
Ao meu ver, parece serem duas partes, a primeira, antes do início das cartas e a segunda, depois da primeira carta. Na primeira parte, Andrew conta como se fosse um "flashback". A segunda parte, embora também esteja narrando o passado é como se nesse momento o narrador deixasse de ser onisciente e não conhecesse o autor das cartas.
As cartas eram enviadas para o Andrew e para o Lorenzo, embora não seja a mesma, ambas cartas têm o mesmo conteúdo, o que foi algo divertido de constatar na busca de alguma pista.
Apesar de corrida, esta foi uma leitura bastante prazerosa.
Este livro foi cortesia do autor Darlan Hayek Soares.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Casamento

Não vou falar de um livro com esse nome, mas como o casamento é retratado na literatura.
A grande maioria das mulheres tem uma relação desgastada em relação ao casamento. Pode ser um sonho ou o objetivo de vida como em "Vestida para Casar", que supera qualquer outro exemplo.
E não é muito diferente do que é descrito em "Orgulho e Preconceito" ou em "Emma" mas com a diferença de dois séculos. Todos os livros de Jane Austen giram em torno da necessidade das mulheres em encontrarem um bom casamento.
A curiosidade é que depois dos anos 70, que o casamento quase foi abolido (em termos de convenção social) pelo movimento hippie e a emancipação da mulher, a situação ficou muito estranha.
A maioria dos romances chick-lit têm a pretensão de apresentar os conflitos da mulher moderna, independente e tal, mas aparentemente é um exercício muito complicado expressar o casamento neste contexto. Por exemplo, na série de livros da Becky Bloom, Luke Brandom é um anjo da guarda na vida de Becky. Será que ela não é uma paginação moderna dos mesmos conflitos de Cinderela? Então, por que os livros deste tipo sempre acabam em casamento? Aparentemente, o casamento continua sendo a maior busca da mulher moderna, determinante para a sua felicidade.
A primeira vez que li "Melancia" achei se tratar de algo diferente disso tudo já que começa com o fim do casamento de Claire. Mas então aparece Adam, que é encantador, e o ex-marido só era o cara errado e não uma mudança de valores das mulheres. Não nego que Melancia me abriu para uma literatura que eu não conhecia.
Sempre que volto a ler Jane Austen continuo achando uma história grandiosíssima para a época em que foi escrita. Mas o que mudou na visão do casamento nos dias de hoje? Acredito que quase nada.
Podemos nos divertir com as trapalhadas de "Bridget Jones" ou se admirar com o glamour de "O Diabo veste Prada" e retornar para a linguagem aberta de "Sex and the City" e ainda estamos num mundo que só é completo com uma feliz relação a dois. (Cuidado se sua referência for só vídeo ou também o livro). Talvez não através de um casamento tradicional, mas ainda preso aos mesmos valores arraigados. Acredito que mesmo a mulher moderna, independente e tal, sente a necessidade de se sentir feliz em todos os aspectos da vida e por isso a necessidade do relacionamento. E não há mal nenhum nisso.
Eu realmente acredito que pode existir (ou vir a ser escrito) algo novo, e justamente por isso gosto tanto de ler romances e chick-lit na tentativa de encontrar. Mas na maioria das vezes, quando eu termino o livro, fico com a sensação de que ainda refletem um pouco mais do mesmo com suas pequenas variações.
Bom, reforço que esta é apenas uma reflexão única e exclusivamente minha. Embora todas as obras que citei eu já tenha lido ou assistido (mais de uma vez inclusive), nem todas estão resenhadas e caso as sejam, farei os links para facilitar a visualização e principalmente, permitir que entendam melhor o meu ponto de vista.