Hoje comecei o dia diferente. Ao invés de começar a trabalhar cedo, corri com a rotina da manhã e saí pro trabalho. O que eu tinha pra fazer não era exatamente trabalho, mas precisava ir ao escritório organizar parte da papelada que eu tenho por lá e trazer para casa alguns materiais que eu posso precisar consultar. Muitos saíram do escritório como se fossem voltar no dia seguinte, eu tive o cuidado de guardar o que ficava por cima para não ficar tomando pó, separei os produtos mais individuais que eu pudesse deixar guardado e até trouxe um pouco do que eu sabia que iria precisar para casa. Mas não sabia quanto tempo iria durar ou com que frequência eu teria que voltar. Acabei trazendo tudo para casa e conforme for precisando vou pegando no carro. E a parte boa é que demorei menos de uma hora de porta a porta (ida e volta).
Estava com tanta tarefa pequena para terminar que preferi me concentrar para tentar terminar mesmo que tenha que trabalhar até tarde. E realmente gastei muito tempo e só terminei muito depois do que eu gostaria.
Agora que estou com dois monitores está mais fácil ler e editar os documentos. Acabei relembrando alguns recursos que eu usava e que já tinha esquecido.
As costuras eu não consegui fazer muita coisa. Terminei de separar as roupas que tirei dos armários e voltei a costurar. Só que ainda não terminei nenhuma das pilhas.
Pretendia, tanto ontem com hoje, usar as primeiras horas da manhã para por em dia as minhas anotações, passar as listas a limpo e organizar alguns arquivos de fotos. Não consegui fazer nada até agora. Ainda não desisti, mas só vou tentar de novo depois de terminar outras tarefas.
Das minhas leituras, estou lendo Apoliom, mas desta vez não estou avançando bem. Da outra vez avancei melhor intercalando um capítulo deste com um capítulo de outro. Provavelmente farei isso a partir de amanhã para ver se consigo ler mais. Nas minhas leituras estou indo bem. Claro que queria ter menos leituras pendentes, mas vamos devagar sem parar.
O que me resta para comentar é a banalização da morte. Porque desde o começo eu estava insegura em falar sobre número de mortos para comentar o avanço da doença. E eis que as pessoas comentavam de forma banalizada como se fossem sacrifícios necessários. Mesmo quem se comoveu pelo isolamento acreditou que era mais fácil se pensar em números ao invés de pessoas. E com certeza, na Itália ou na Espanha onde os números estouraram muito rápido era melhor pensar como números para não surtar pela dor coletiva. Mas então, diante da resposta: "E daí, não faço milagre", de repente todo mundo fica chocado com a banalização da morte. Sim, eu sempre estive tensa com estes números torcendo por uma recuperação, estabilização e etc, para que não fosse tão sofrido. Na semana que foi aprovado o decreto que tratava do isolamento eu estive em dois velórios, pessoas que morreram de causas naturais e eu ficava pensando em como seria daqui pra frente. E não foi nada bom, muitos morreram por outras causas simplesmente por medo de ir ao médico e descobrir algo pior, ou tiveram outros problemas de saúde que não foram evitados ou corrigidos pela sobrecarga do sistema de saúde... E nem preciso falar em subnotificação para entender este aumento no número de mortos. Quando a morte passou a ser banalizada eu não faço ideia, mas o que eu sei é que não estou satisfeita com isso.
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