domingo, 15 de janeiro de 2023

Menos Café, por favor!

 Um tempo atrás eu assisti um vídeo em inglês com uma crítica ao consumo do café e esse vídeo mexeu comigo. Não que eu concorde com o vídeo, inclusive bastante sarcástico, ou com a pessoa que compartilhou o vídeo da forma que chegou para mim.

Existe um viés cultural muito forte no tomar café. A primeira refeição do dia no Brasil chama café-da-manhã. Uma pausa no dia de trabalho é uma parada para um cafezinho (coffee break). E país grande produtor de café desde muito tempo, o café é sinônimo de riqueza, felicidade, raiz e pátria, dependendo de que lado você olhe. As crianças, desde pequenas começam tomando seu café com leite (ou pingado para quem é de SP), passam a consumir o café puro como um marco para a vida adulta. Talvez seu mundo seja diferente do meu, mas eu vi e vejo tudo isso o tempo todo.

Voltando ao vídeo, tendo todas estas referências por trás e sabendo que o vídeo era uma crítica às cafeterias americanas, tipo starbucks e tantas outras que existem por lá e são igualmente famosas, fiquei espantada como o café se tornou uma desculpa para o consumo de supérfluos. As pessoas se identificam como fãs de starbucks (ou mcdonalds, etc), viciados em café (ou cafeína, refrigerante de cola, açúcar, batata frita, etc) como se fosse algo positivo, elogiável. E indiretamente reforçam este hábito nos vídeos, filmes, fotos, comentários em redes sociais... Se você não acompanha para um cafezinho, você é anti-social.

Eu vivi este "isolamento" durante as gestações. Não é algo que seja proibido, mas recomendado. Em grande parte do tempo passei a consumir apenas o café descafeinado. E ficar completamente sem o café me fez ter dores de cabeça. Quem fica feliz de saber que um "alimento" torna tão grande a dependência a ponto de você sentir dor?


Eu virei adepta do café quando eu parei de tomar leite, aos 16 anos. O leite me faz mal, não é intolerância a lactose porque o leite de soja também me faz mal. E foi como eu consegui viver até então.

Não serei militante para convencer as pessoas a não tomar café. Mas recomendo que considerem com um pouco menos de paixão o quanto vale a pena, mesmo gostando de tomar café, continuar o consumo exagerado de café a ponto de tornar-se dependente.

Apenas comentando o meu exemplo, resolvi reduzir o consumo de café. Não dá pra tirar bruscamente este hábito tão enraizado no brasileiro. Em 2022 passei a tomar café apenas uma vez por dia, pela manhã. Substituí pelo chá no "café da tarde". Eventualmente, quando saio, estou na casa de outras pessoas, até tomo um café à tarde. Mas algumas vezes eu troco por um chocolate ou um chá.

Depois de alguns meses, optei por tirar também o café dos fins de semana, tomando apenas pela manhã de segunda a sexta. E funcionou bem, mas eu ainda queria reduzir mais. Em novembro passei a tomar café em dias alternados, substituindo pelo suco ou chá nos demais dias. E funcionou melhor ainda. Eventualmente sinto falta de café, mas é cada vez menos. Não tive mais dor de cabeça pela abstinência porque dei tempo para o meu corpo se acostumar em cada redução do consumo. Já não sinto a menor falta depois do almoço, mas em alguns dias sinto sono (porque a minha rotina de sono ainda não está boa).

Não estou com pressa para avançar numa etapa de não ter café em casa, mas admito que esta é uma possibilidade. 

Daqui a algum tempo, talvez ano que vem, eu tentarei reduzir ainda mais o café, até conseguir tomar só de vez em quando.

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