segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Daytona 500

 Eu já visitei um autódromo nos Estados Unidos, visitei o museu deste autódromo, mas não conhecia a história do automobilismo americano (e continuo conhecendo muito pouco). A história da Nascar está fortemente relacionada com as provas realizadas nas areias de Daytona (é algo que aparece no filme Carros 3). 

O autódromo de Daytona é muito importante para as provas de turismo, rivalizando com Le Mans. Mas para a Nascar, são pelo menos duas provas, esta da abertura da temporada, de 500 milhas, e depois mais uma, que no ano passado foi no traçado que eles chamam do Roval, mistura trechos do oval com a parte interna formando um circuito misto. Outras categorias também têm provas importantes neste circuito.

Falando de Nascar, a prova de 500 milhas de Daytona também é uma prova de superspeedway. São ovais longos, com alta inclinação na pista, em que os efeitos aerodinâmicos fazem a diferença quando se anda muito próximo. E por isso, na maior parte da prova os carros estão muito próximos, em duas, às vezes 3 filas, e são comuns desequilíbrios (aquela balançada) que ocasionam grandes batidas. E com isso o famoso big one. Que são as batidas que envolvem muitos carros e tiram eles da prova (não são meras escapadas).

Também é comum, por este motivo, que a vitória seja para um azarão, alguém que costuma ficar para trás, mas que nesta prova tem mais chance se conseguir evitar as confusões. E tem os especialistas em superspeeway, pilotos que lidam muito bem com este estilo de prova.

Com tudo isso em vista, não espere uma vitória "convencional", esteja preparado para ver os favoritos fora da prova. Mas tem tanta gente boa...

É uma prova longa. No primeiro ciclo de paradas dois carros perderam uma roda. E aqui vale lembrar que este carro de 2022 usa uma única porca para travar a roda, assim como na Stock Car Brasil, e antes usava uma roda com 5 porcas. E muitas vezes havia penalização por conta de porca solta. Seja por falha na pistola pneumática, seja por falha do mecânico desacostumado com o sistema, o fato é que Kaz Grala e Justin Haley perderam uma roda e tiveram que fazer uma parada não programada, com direito a bandeira amarela. Mas eles não eram favoritos.

No segundo segmento, o excesso de vontade de Keselowski jogou o Harrison Burton para fora, batendo em outros favoritos na frente do pelotão, incluindo Kyle Busch, William Byron, Denny Hamlin, Alex Bowman e Ross Chastain.

E novamente a Ford mostrou estar melhor que os demais fabricantes, mas dessa vez a diferença não foi tão soberana.

As paradas no segundo segmento foram novamente tumultuadas e mais alguns pilotos ficaram para trás, seja por problemas no box, seja por punição por excesso de velocidade. E o pelotão ficou menor, cerca de 18 carros.

No começo do terceiro segmento teve outra batida, que começou com Tyler Reddick e, apesar de colocar alguns carros que estavam em condições de disputar a vitória para trás, com danos, também trouxe carros que estavam para trás, remendados, para frente com chance de disputar a vitória. Mas a verdade é que todos estes carros remendados têm menos chance do que os que estão inteiros. Então tem que ser realista em sua torcida. E ficaram cerca de 10 carros com chances reais de vitória apenas.

Com 10 voltas para o final, num toque no meio da fila de carros, Harvick se desestabilizou e saiu batendo em mais meia dúzia. A maioria foram danos menores, mas sempre tem mais um ou dois que precisam abandonar. Teve bandeira vermelha para limpar a pista. E como reação em cadeia, muitos carros remendados forçando na pista ainda teve mais uma bandeira amarela e prorrogação. Na última volta, novamente forçaram ultrapassagem e um festival de bloqueadas, muita gente raspando no muro.

Já estava com saudades destas provas cheias de movimentação. Foi uma boa prova. Diferente do que eu imaginava. Não acho que o Cindric vai avançar muito no campeonato, mas ele já está com a vaga garantida nos playoffs. Foi tão confuso que não consegui ver a linha de chegada, com tanta coisa acontecendo.

Para quem não assistiu a série-documentário Bubba Wallace: Na Raça, recomendo fortemente. Chama atenção que na entrevista depois desta prova, que o Bubba Wallace chegou em segundo, ele diz que está frustrado com o resultado, porque depois de conseguir uma vitória em Talladega (no ano passado), não deve se conformar com um segundo lugar, mas lutar fortemente para vencer de forma consistente (várias vitórias por temporada...). Estas são as minhas palavras traduzindo o que ele disse, mas é bem próximo do original.

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