sábado, 14 de janeiro de 2023

Fontana

 De novo, entramos naquelas perguntas existenciais para as quais eu não tenho a resposta. Porque a segunda prova é novamente na Califórnia? Não sei. Como em todo calendário de provas que depende do tempo (condições climáticas), nem todos os autódromos possuem iluminação artificial, etc... Vários critérios são considerados na definição do calendário. E a logística não é um deles. 

A sede da Nascar é em Charlotte (NC) e a maioria dos circuitos "originais" são nos estados do sul dos Estados Unidos. Às vezes aparece uma prova fora dos Estados Unidos, no Canadá, mas não na categoria principal. Já houve situações da Nascar promover provas em outros lugares, mas não é frequente. E são 36 provas no campeonato, alguns autódromos repetem, alguns estados possuem mais de um autódromo, então tenham em mente que nem de longe todos os estados estão representados.

Esta segunda prova que vale ponto para o campeonato então ocorre num circuito conhecido como Auto Club e fica também na Califórnia, na cidade de Fontana. Muitos pilotos da atualidade são da Califórnia, os comentaristas oficiais de Nascar comentam que em grande parte se deve ao Jeff Gordon, que conquistou muitos fãs e abriu as portas para outros californianos. E assim como surgem outros pilotos naquela região, surgem novas pistas.

Voltando para a prova em 2022, um dos favoritos era Denny Hamlin, o vencedor da primeira prova do ano Austin Cindric que largou na frente e os de sempre. Erik Jones chamou a atenção por uma boa posição de largada e tomou a frente na largada, mas ninguém chegou a considerar ele como um favorito, era mais um azarão (underdog).

Diferente das provas em superspeedway, os carros não costumam ficar muito próximos, logo formam uma linha preferencial na parte externa próximo ao muro, mas fazem o movimento para baixo para conseguir a ultrapassagem. É uma das pistas mais largas, comporta cinco carros lado a lado com certa segurança e por isso os pilotos tomam vantagem quando usam a trajetória mais curta da parte interna da pista, ainda que percam velocidade se não se aproveitarem da inclinação da parte externa.

Mas essa prova ainda mostrou outra coisa, esse novo carro é mais estável quanto a pressão lateral que o carro do ano passado, mas justamente por ser diferente, quando os pilotos estão agrupados, o comportamento é "desconhecido". Longe de dizer que não é um carro melhor, mas eu senti a insegurança em tentar determinadas manobras que teriam sido realizadas sem pensar em anos anteriores. Problemas de aquecimento jogaram alguns carros para trás e raspadas no muro também.

E de novo o mais marcante não foi algo na pista, mas no rádio. Kyle Larson jogou o carro em cima do Chase Elliott para evitar uma ultrapassagem, disse ele no rádio que não viu quem era. Mas desde 2020 a Hendrick era a única equipe que tinha um ambiente amigável entre os companheiros de equipe e o Elliott ficou nervoso. Seja como for, foi uma péssima corrida para o Elliott, começo de temporada ruim, muita expectativa e muita cobrança para um desempenho mediano. Depois dos toques no muro ele parecia receoso de guiar, evitando acelerar demais. Se ele não se resolver, Larson vai ficar com o título fácil.

A vitória ficou com o Larson, sem maiores incidentes, e um campeonato com novos competidores (contenders). Os favoritos parecem estar sem sorte ou perderam a mão. Os críticos especializados comentam que o carro novo é mais fácil de adaptar para os pilotos mais novos, ou com menos tempo para se viciar nos trejeitos do carro anterior. Talvez por isso os favoritos não estejam tão bem. 

Por enquanto, só quem anunciou aposentadoria na próxima temporada foi o Almirola. Mas tem outros que estão repensando a decisão.

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