Estou cansada das obrigações que eu me auto impus. Sejam as metas, ou as organizações que eu venho fazendo, sempre com a esperança de reduzir e ter mais tempo para outros projetos. Sei que fiz avanços absurdos. Mas eles não aparecem quando vejo a pilha de tarefas atrasadas.
Sempre deixava para fazer os avanços maiores das minhas organizações nas férias. E tinha a proposta de tentar sempre fazer pequenos avanços durante o ano e nas férias correr e concluir uma das tarefas. Tive a infeliz ideia de pedir para meu marido dizer o que mais incomodava e o que ele achava que deveria ser a prioridade nas organizações e ele disse: as roupas.
Sei que para muitos parece fácil, mas não tem ideia a confusão de sacolas de roupas de crianças de diferentes tamanhos que tenho em casa e a velocidade que as roupas deixam de caber nas crianças. Eu não dou conta de separar, comprar, lavar, tirar do armário, consertar... E as roupas que ainda não estão em uso ou já não estão em uso, são muito maiores do que as quantidades que estão disponíveis para uso. E quando estou terminando uma pilha, aparece uma nova sacola que eu tenho que fazer a nova triagem. Eu até acho que, se tivesse focado só nisso, já teria terminado, como era o desejo do meu marido. Mas não consigo focar só nisso, justamente porque sei que logo vou ter mais trabalho e não tem necessidade imediata de roupas que justifique focar em terminar. E o tormento tem sido que também não consigo focar em qualquer outra organização porque me sinto culpada por não ter terminado o que deveria ser a prioridade. O último porém é que não aguento fisicamente passar mais de duas horas só mexendo nestas roupas, então preciso mesmo fazer paradas e me dedicar a outras atividades e, durante os dias quentes, prefiro não mexer com roupas que, por transpirar muito, é capaz de deixar marcas de mão por estar manipulando ou costurando (são muitos os dias quentes, mais do que os dias frescos ou até mesmo frios).
Pretendia, como pretendo todos os anos, tirar da minha frente uma obrigação por ano. O ideal para este ano seria tirar a pilha de revistas que eu voltei a avançar e teria condições de terminar. Mas até agora não retomei a leitura da que estava em andamento nem sequer peguei qualquer das outras para ler. Poderia ser um projeto curto, mas também está ficando para trás. Um dos motivos é a culpa por não estar focando nas roupas. Outro motivo é que este tempo com as revistas atrapalha na meta das leituras que eu estava indo bem. E o último motivo é que precisei começar a separar os materiais de escola usados das crianças, as lembranças escolares, porque as pilhas estão enormes e eu já não tenho espaço para guardar. Pois é, acabei começando um novo projeto ao invés de focar para terminar os que já estavam em andamento e nunca terminados.
Então vamos para as dicas:
1. Não deixe que outra pessoa priorize as suas obrigações. Por mais que seja importante respeitar as necessidades dos outros moradores da casa, você vai trabalhar melhor quando estiver motivada. E a felicidade dos outros é importante e deve te motivar, mas não vai ser mais importante do que o que você sente que é prioritário.
2. Controle os projetos paralelos, evite ter muitos ao mesmo tempo. Quando você se divide em fazer muitas coisas ao mesmo tempo, demora mais para terminar cada uma delas do que se tivesse fazendo um por vez. Então é importante escolher poucas coisas e só começar um novo projeto quando terminar um deles.
3. Conclua um projeto por ano. Parece redundante com o anterior, mas o que eu acho importante em estar separado é que em alguns momentos pensamos que tudo bem, está avançando, mas no fim das contas estou há anos fazendo isso e nunca termino. Preciso que os projetos tenham fim para fazer outras coisas (ou ter tempo de não fazer nada, como é o caso). Então preciso estabelecer um fim e colocar um prazo para executar, de preferência de uma forma visível, como um marco anual. É o que me ajuda nas minhas metas de leituras. Quando olho para as minhas listas de tarefas, percebo que algumas deles eu perdi o controle porque deixo sempre sem prazo e não me cobro. Mas quando faço os balanços anuais e os inventários entendo que deveria ter estabelecido um prazo. Porque com um pouco mais de esforço poderia ter terminado pelo menos mais uma tarefa naquele ano (ou mais um produto para reduzir no inventário).
Não sei qual obrigação vou deixar de lado, nem qual vou focar para terminar em 2023. Talvez até sejam as roupas, mas acho que não. Gostaria de ter mais o que contar e voltar a fazer os balanços mensais de organização da casa, mas o avanço vinha sendo insignificante para ter o que contar. Meus pontos de atenção continuam sendo os mesmos, a bagunça das roupas e dos papéis.
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