terça-feira, 7 de junho de 2016

Diário de Leitura - A Metamorfose

Sem saber do que se tratava o livro não me achei capaz de ler Kafka. Estava na minha lista de leitura mas eu não estava com nem um pouco de pressa. Recentemente descobri que era uma história curta. Então resolvi encarar e ler. Deixei na caixa de votação para junho na expectativa de atender algum dos livros que está na lista de espera. Caso não tivesse sido escolhido ficaria para algum outro momento de 2016.
Apesar do receio por ter deixado atrasada a leitura de março, preferi ler este de uma vez para não atrasar mais nada. Pensei em pegar para ler ainda em maio, mas não achava o livro. Comecei de fato no dia primeiro de junho.
Logo nas primeiras linhas percebi a minha covardia injustificada. Gregor está com dificuldade em acordar e ir ao trabalho. Aparentemente acordou no corpo de uma barata. O primeiro dilema passar a ser se levantar da cama. Já tentou imobilizar uma barata? Vire ela de costas para o chão. Apesar das tentativas dos pais e da irmã em se comunicar, a voz esquisita que sai de sua boca parece não querer dizer nada para eles. Então chega o chefe para tirar satisfação sobre o grande atraso.  Ainda pensando que não iria dar conta, optei por ir mais devagar.
No dia 02 li mais algumas páginas desta história e comecei a ganhar confiança. Não surge nenhuma justificativa para  a metamorfose, mas o tempo vai passando e Gregor continua sendo uma barata. Para o jovem que sustentava a família como caixeiro viajante é uma mudança muito drástica ficar restrito a uma vida familiar, preso em seu quarto sem qualquer contato com as pessoas. Sua irmã entra no quarto apenas para limpar e levar comida, mas não gosta sequer de ter o irmão no campo de visão. A maior preocupação de Gregor é o que pode faltar à família por conta desta mudança. Seu principal sonho que agora está abandonado é enviar a irmã para estudar em um conservatório.
Voltei a ler no dia 04 e neste dia terminei. A parte positiva desta metamorfose é que a família se pôs a trabalhar ao invés de viverem de sonhos: o pai passou a trabalhar como segurança no banco, a mãe começou a bordar para fora, a irmã arrumou um emprego de vendedora e a criada foi dispensada. Todos passaram a entender a preocupação no provimento da casa. Um dos quartos foi alugado e aos poucos a família tinha uma renda adequada embora fosse melhor mudar para um lugar menor. Mas como levar aquele morador misterioso e vergonhoso para outro imóvel.
No fim, meio que tudo continua girando em torno de Gregor. Antes todos podiam escolher o que fazer da vida por que eles tinham o Gregor para trabalhar. Depois todos têm que assumir a responsabilidade pela própria vida por que precisam ocultar Gregor da sociedade. Penso que todos são muito egoístas.
Terminei de ler e ainda fiquei bem uns três dias tentando entender o que Kafka quis dizer. Por que não deve ser só um sonho que resolveu escrever, deve ter algo mais. Mas ainda não sei bem dizer o que é. Ou talvez tudo o que queria é esta reflexão que agora faço.
Esta foi a minha leitura do mês de junho votada entre as opções que deixei na caixa de votação. Já estou com as opções do mês de julho. Vote qual das quatro quer ver uma resenha aqui. Desta vez estou repetindo duas opções que estavam na votação de março que eu ainda não li.

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