Calendário do Advento

Não sei qual a origem do Calendário do Advento, mas desde a primeira vez que vi guardei como uma tradição que eu gostaria de ter nos natais em família. 

A primeira vez que vi foi num livro muito bonitinho. Chama Mistério de Natal; de Jostein Gaarder, o mesmo autor de O Mundo de Sofia. Claro que no livro tem um propósito do calendário trazer coisas que mudam a vida dos personagens, e o imaginário se mistura com o real. 

Este ano, já que finalmente tenho um pouco mais de tempo para desenvolver os meus projetos, busquei várias ideias na internet para montar uma lista de tarefas para o mês de dezembro. Completei a lista com tarefas que eu já pretendia fazer e organizei como melhor me conviesse. Procurei espaçar as atividades parecidas e alternar atividades mais dispendiosas (de tempo) com outras mais curtas.

No fim, não sabia como construir o calendário em si. Acabei optando pela solução mais fácil de papéis colados atrás da porta de casa. Também tive o desafio de passar a mensagem sem usar apenas o texto já que a minha filha não sabe ler, ainda. 

Só tive tempo para sentar e fazer no primeiro domingo do advento. Optei por fazer tarefas para todo o mês de dezembro ao invés de começar no primeiro domingo do advento e terminar no dia de natal. Seria mais compreensível a escolha da tarefa pelo número, se o número representasse o dia do mês.

Acho que eu não tinha a real noção do que eu estava pretendendo fazer. Passei o mês de novembro inteiro anunciando que teria uma lista de tarefas para cumprir e quase que frustro uma criança. Apesar de ter simplificado a confecção dos papéis, separei os materiais e gastei mais de duas horas escrevendo, desenhando e recortando os papéis. 

Ultimamente as minhas fotos estão terríveis e não consigo acertar a iluminação. Colei com fita os papéis atrás da porta de entrada na forma de uma árvore de natal. Não coloquei muitos enfeites. É só o número por fora e a tarefa por dentro. Os papéis estão dobrados acima. 

O que mais demorou foi que resolvi fazer alguns desenhos que pudessem ajudar a descobrir a tarefa que estava escrita. Eu nunca me considerei alguém bom de desenho, então demorei bastante para conseguir representar, mas não perdi nenhum. Alguns ficaram terríveis. Não vejo a hora do natal passar para eu poder jogar todos fora. Já jurei de morte quem resolver guardar como lembrança.

Mas a expectativa de tirar a tarefa da porta e a emoção de realizar cada uma das tarefas tem sido algo muito gostoso e gratificante. Estamos tentando fazer em família e incluir na rotina. Têm dias que são bem difíceis. Outros mais simples. Até agora nada deu errado, mesmo que tenhamos realizado a tarefa num dia diferente. 

Para o ano que vem, certamente vou fazer de novo. Talvez com outras tarefas. Provavelmente em outro formato. Queria deixar os papéis amarradinhos no trilho da estante, ou fazer uma cestinha que os números estejam embaralhados. Dá pra colocar em caixinhas para abrir ou em dobraduras que precisa desmanchar. Ou na forma de bichinhos que vão entrando para compor o cenário do presépio. Eu vi várias ideias e não vou ter tempo de fazer todas. Dificilmente vou precisar inventar alguma coisa nova, dá pra usar as que já estão por aí. Acho que com as crianças, essas tarefas as preparam melhor para o verdadeiro significado do natal.

Junto com algumas outras tradições, estou trazendo esta tradição familiar para o Natal: o Calendário do Advento.