quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Pollyanna - A Pequena Órfã


Este livro é muito antigo. A primeira vez que eu li, era uma livro que havia sido da minha avó. Eu lembro que nesta época, eu devia ter uns 12 anos, eu pensava que todo livro devia trazer uma mudança de comportamento. Isso é difícil de explicar, então vou deixar para um outro momento. Mas adianto que isso nunca ocorreu da forma como eu imaginava.
Bom, como diz o livro, Pollyanna é uma menina que fica órfã ainda nova e vai morar na casa de uma tia que sequer conhecia e que não tem filhos.
Desta segunda vez que eu li, achei um pouco estranho as referências que Pollyanna tem já que, embora não fosse órfã até então, sempre viveu entre as mulheres da caridade. Tive um outro olhar sobre este livro que despertou sentimentos muito diferentes. Eu imagino como seja ser pobre: nunca vivi na riqueza mas já passei necessidades. Eu não tenho filhos, mas acredito que as crianças precisam ser crianças. Precisam ter tempo para brincar. E ajudar aos outros tem que fazer parte da realidade, mas não ser a única ocupação de uma criança. Não precisa fingir que não tem problemas, ou que não passam fome, mas também não precisa tirar a infância de uma criança colocando tanta responsabilidade com o compromisso com a caridade. É assustador. E eu via isso na Pollyanna, uma criança completamente comprometida com a caridade.
Bom, a Pollyanna é uma criança muito viva e cativante. Em pouco tempo ela conhece e é conhecida por cada pessoa da cidade. E dessa forma ela mexe com a vida de muita gente.
Além da infinita vontade de ajudar, outra característica cativante de Pollyanna é o seu prazer em jogar o jogo do contente. O jogo consiste em sempre pensar no lado bom das coisas por pior que elas sejam. Desta forma você sempre pode se ver contente. O perigo é que, na verdade, na maioria das vezes, o jogo do contente te leva a pensar não no lado bom das coisas mas na existência de coisas ainda piores. E essa não é uma forma boa de pensar porque você está negando o negativo. Matematicamente isso é bom, mas eu, pessoalmente, não concordo muito.
Voltando para a história da Pollyanna, ela chega a ser chata de tão repetitiva e de tão otimista. Mas a gente lê sobre pessoas que acataram com uma pequena mudança de comportamento ao jogar o jogo do contente que tiveram uma grande mudança em suas vidas.
Não é muito diferente dos livros de auto-ajuda tipo "O Segredo". Já falei um pouco sobre livros de auto-ajuda, e devo voltar a falar num outro momento. Eu considero que esta é a melhor forma de ler um livro de auto-ajuda, de forma indireta. Isso funciona bem com livros infantis, já que todas as histórias precisam de um fundo moral. Começando com os Contos de Fadas.
Voltando à história da Pollyanna, este livro teve direito à continuação. Neste primeiro livro, depois de um acidente, toda a cidade corre para visitar Pollyanna e agradecer o bem que ela fez. E então a tia descobre o quão especial pode ser aquela menina e o seu jogo do contente. No livro seguinte, o que parece uma ideia desvairada, Pollyanna muda para outra cidade, para ficar na casa da irmã de uma enfermeira que precisa de companhia e também muda a vida da comunidade com seu jogo do contente.
Tente imaginar as coisas mirabolantes que a Pollyanna imagina para ficar contente nas piores situações. Quer um exemplo: ganhar muletas em seu dia de aniversário! Solução: não precisar usá-las.

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