terça-feira, 9 de novembro de 2010

O Conde de Monte Cristo


O Conde de Monte Cristo foi de longe um dos melhores livros que eu li em 2010. E sem demagogia porque, embora A. Dumas seja um autor respeitável e esta obra seja um clássico, esse livro não está na moda e nem foi recentemente refilmado. Confesso que ao saber que todo mundo já assistiu ao filme: "O Conde de Monte Cristo" me senti na obrigação de assistir também. Afinal, como fazer 1200 páginas render um filme de apenas 2 horas. Não é um trabalho fácil. Comecei a leitura sem nem imaginar do que se tratava a história, de que época e onde se passava.
Os primeiros diálogos entre o Sr. Morell e Edmond Dantés após a chegada do navio Pharaon com o seu capitão falecido não foi uma boa impressão. Como um jovem de 19 anos recebe a honra de se tornar o novo capitão sem sequer saber ler? Sei que em outros tempos o rapaz era considerado homem com menos idade.
Para muitos, Dantés era um sortudo agraciado com as melhores oportunidades na vida. E também um inocente que confia cegamente na parte boa das pessoas sem conseguir perceber as más intenções. E essa inocência junto a essa sorte gera a inveja e malícia suficientes para Dantés ser acusado de conspirador bonapartista e, para seu azar, para se proteger, Villefort acaba por conveniência encerrando Dantés num dos principais presídios da França: o Castelo de If. Cercado por mar, uma ilha pedregosa, inóspita e de portos inseguros. Na prisão, a vida de Dantés muda completamente. E então, após fugir da prisão, mais de 13 anos depois, Dantés tem a chance de realizar sua vingança, planejada e preparada por todo esse tempo de forma precária.
Após a prisão de Dantés, são inseridos outros núcleos com tramas paralelas que passarão a ser importante para a história. Embora a maioria das pessoas já conheça, não quero contar muito mais para não tornar a leitura chata. Ela já é bastante cansativa sem saber o que vai acontecer. O que mais me prendeu a atenção foi não conseguir imaginar para onde estava indo ou o que ia acontecer ou quem é o fulano e por que estão falando disso. Pouca coisa é fácil de concluir. Teve momentos que cheguei a duvidar do que tinha imaginado anteriormente para futuro da história.
Depois de concluir a leitura, parecia-me que seria possível tirar um tanto bom de páginas. Mas em geral, todas as tramas e passagens são muito importantes para o desenrolar da história e deve ter sido bastante trabalhoso usar tantos personagens. Realmente são muitos.
Comparando com o filme, onde foram cortados mais da metade dos personagens, mudou-se também a profissão de alguns, os nomes, idades, inúmeras outras adaptações tiveram que serem feitas. O mais impressionante é o final. Que é diferente. Mas eu gostei da versão do filme. Achei que combinou mais.
A transformação de Dantés de jovem inocente a vingador frio também é impressionante mas não é apaixonante.
Fiquei muito presa a esta leitura. Em alguns momentos chegava a uma relação de amor e ódio. Odiava saber que faltava tanto para acabar e eu precisava parar de ler, mas queria saber o final da história de tão envolvente que era.
Considero um grande desafio encarar essa obra para ler sem cair na tentação de pular páginas e ir para o final, mas para mim valeram muito as horas intermináveis de leitura.
O filme também é maravilhoso, mas os acontecimentos são muito rápidos depois dos primeiros 40 minutos, que a história fica muito corrida. Tive que assistir em 3 etapas (sério, pus o DVD, assisti um pouco, parei, depois voltei onde parou...) e quando terminei a minha vontade foi voltar ao começo e assistir de novo. Aí fiquei triste por que a história não estava mais tão fresca na cabeça. Queria lembrar melhor do que eu tinha lido.
Depois do livro, fiquei com fixação em conhecer a casa na Avenida dos Campos Elísios, número 30 em Paris. Se alguém puder me enviar uma foto...
Só tenho essa do Castelo de If, onde Edmond Dantés ficou preso.
Castelo de If

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