O Conde de Monte Cristo foi de longe um dos melhores livros que eu li em 2010. E sem demagogia porque, embora A. Dumas seja um autor respeitável e esta obra seja um clássico, esse livro não está na moda e nem foi recentemente refilmado. Confesso que ao saber que todo mundo já assistiu ao filme: "O Conde de Monte Cristo" me senti na obrigação de assistir também. Afinal, como fazer 1200 páginas render um filme de apenas 2 horas. Não é um trabalho fácil. Comecei a leitura sem nem imaginar do que se tratava a história, de que época e onde se passava.
Os primeiros diálogos entre o Sr. Morell e Edmond Dantés após a chegada do navio Pharaon com o seu capitão falecido não foi uma boa impressão. Como um jovem de 19 anos recebe a honra de se tornar o novo capitão sem sequer saber ler? Sei que em outros tempos o rapaz era considerado homem com menos idade.
Para muitos, Dantés era um sortudo agraciado com as melhores oportunidades na vida. E também um inocente que confia cegamente na parte boa das pessoas sem conseguir perceber as más intenções. E essa inocência junto a essa sorte gera a inveja e malícia suficientes para Dantés ser acusado de conspirador bonapartista e, para seu azar, para se proteger, Villefort acaba por conveniência encerrando Dantés num dos principais presídios da França: o Castelo de If. Cercado por mar, uma ilha pedregosa, inóspita e de portos inseguros. Na prisão, a vida de Dantés muda completamente. E então, após fugir da prisão, mais de 13 anos depois, Dantés tem a chance de realizar sua vingança, planejada e preparada por todo esse tempo de forma precária.
Após a prisão de Dantés, são inseridos outros núcleos com tramas paralelas que passarão a ser importante para a história. Embora a maioria das pessoas já conheça, não quero contar muito mais para não tornar a leitura chata. Ela já é bastante cansativa sem saber o que vai acontecer. O que mais me prendeu a atenção foi não conseguir imaginar para onde estava indo ou o que ia acontecer ou quem é o fulano e por que estão falando disso. Pouca coisa é fácil de concluir. Teve momentos que cheguei a duvidar do que tinha imaginado anteriormente para futuro da história.
Depois de concluir a leitura, parecia-me que seria possível tirar um tanto bom de páginas. Mas em geral, todas as tramas e passagens são muito importantes para o desenrolar da história e deve ter sido bastante trabalhoso usar tantos personagens. Realmente são muitos.
Comparando com o filme, onde foram cortados mais da metade dos personagens, mudou-se também a profissão de alguns, os nomes, idades, inúmeras outras adaptações tiveram que serem feitas. O mais impressionante é o final. Que é diferente. Mas eu gostei da versão do filme. Achei que combinou mais.
A transformação de Dantés de jovem inocente a vingador frio também é impressionante mas não é apaixonante.
Fiquei muito presa a esta leitura. Em alguns momentos chegava a uma relação de amor e ódio. Odiava saber que faltava tanto para acabar e eu precisava parar de ler, mas queria saber o final da história de tão envolvente que era.
Considero um grande desafio encarar essa obra para ler sem cair na tentação de pular páginas e ir para o final, mas para mim valeram muito as horas intermináveis de leitura.
O filme também é maravilhoso, mas os acontecimentos são muito rápidos depois dos primeiros 40 minutos, que a história fica muito corrida. Tive que assistir em 3 etapas (sério, pus o DVD, assisti um pouco, parei, depois voltei onde parou...) e quando terminei a minha vontade foi voltar ao começo e assistir de novo. Aí fiquei triste por que a história não estava mais tão fresca na cabeça. Queria lembrar melhor do que eu tinha lido.
Legal =]
ResponderExcluir