domingo, 3 de outubro de 2010

Clássicos

Quem me conhece a mais tempo, está acostumado com a minha mania de livros e vídeos clássicos e livros e filmes históricos. Quando comecei a ouvir esses comentários, achei que era a sensação de que eu poderia ler todos os livros do mundo (que tonta se realmente pensei que sim...), por isso precisa voltar ao passado. Mas a verdade é que de uma forma ou de outra, as obras atuais continuam fazendo referência a outras obras. Por sorte, hoje, a maioria das referências é de livros que eu já li, mas muitos ainda acabam indo para a lista da barra livros a serem lidos. É muito bom quando a gente entende a referência. Em "Crepúsculo", Edward discute com Bella sobre a personalidade dos personagens de suas obras preferidas. E Bella defende Redcliffe. Você sabe quem é? Leu o Morro dos Ventos Uivantes por causa de Crepúsculo?
Eu não sou da área, então posso estar falando besteira. O meu interesse por essas obras clássicas começou quando começaram as comparações entre obras e diferentes movimentos no curso de literatura. Por política do colégio que eu estudava, e acredito que da maioria das escolas, só tínhamos obras clássicas como leitura obrigatória no colegial. Durante primário e ginásio eram obras mais atuais, a maioria de autores brasileiros. Então cresci lendo Pedro Bandeira, Maria Clara Machado e a hoje clássica Coleção Vagalume. A justificativa é que os alunos achavam a leitura dos clássicos muito chata e difícil. Como meus pais não tinham condições de nos oferecer muitos livros (Enciclopédia era suficiente na época) e a biblioteca da escola não tinha muitas opções e ainda colocava um monte de empecilho para pegar livro, as minhas leituras eram bastante restritas.
Então no momento que estiveram ao meu alcance, principalmente pela internet e pelo meu salário, dei prioridade para os clássicos. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, por exemplo, O Senhor dos Anéis, Crônicas de Nárnia, O Guia dos Mochileiros da Galáxia e Agatha Christie, são leituras que fazem na escola. São obras atuais e também são clássicos. E eu só as conheci através dos filmes. Mesmo Shakespeare, também só fui ler quando estava terminando a faculdade. Aliás, eu fui uma das poucas alunas que usou MUITO da biblioteca da faculdade. Chegava a pegar 3 livros por vez e renovava sempre que possível para terminar de ler.
Então ainda que eu separasse em vários tipos de clássicos, digamos que gosto de ler todos. Quero falar primeiro sobre os clássicos brasileiros. Sinto muito, mas não gosto de poesia, então esses não terei comentários.
Durante o colegial, eu li quase todos os livros que estavam na lista de Fuvest, Unicamp. No terceiro ano, escolhi metade para ler e metade para ler o resumo. Depois que passei no vestibular, voltei para ler mais alguns. As obras que eu mais me identifiquei, é claro, é o romantismo. Ainda tenho curiosidade por algumas obras e não considero minhas leituras concluídas. Adorei ler Machado de Assis. Sei que muitos não gostam, mas considero "Memórias Póstumas de Brás Cubas" a melhor obra do Século XX. Como alguém pensou em colocar o morto como narrador e contar a história de trás para frente, sem colocar aquele rolo de alma que volta e tal. É impressionante! "Quincas Borba" também é bom, mas "Memórias..." é melhor. "Dom Casmurro" merece ser falado à parte. Para mim, é como se fosse de outro autor. Não está na mesma linha. Esse ano também li "Memorial de Aires". Em 2007 li "Esaú e Jacó" e "Helena", e eu recomendo. São obras mais curtas. "Memorial de Aires" é em forma de diário (Memorial) e menos envolvente. Talvez eu tenha estranhado porque neste caso o narrador é masculino. Mas acho que é porque eu comecei do filé, depois dele, tudo parece carne de segunda...
Outro autor que explorei bastante foi José de Alencar. Estes últimos anos mesmo, li "Lucíola" e "Diva" para completar a trilogia de mulheres. Mas "Senhora", que foi o primeiro que eu li, ainda é mais envolvente. Assisti a reprise da novela baseada nestas obras para matar saudades da Aurélia e seu Fernando. Foi bom tentar interpretar Aurélia na peça da escola. Ainda bem que não deu certo, porque eu sou muito tímida.
Esses últimos anos também tentei a trilogia indígena com "O Guarani" e "Iracema". Ficou faltando "Ubirajara". Talvez algum dia, mas "O Guarani" é muito bom. Engraçado não ter um final feliz, mas isso era comum na época.
Outro momento literário que vale a pena comentar tem "O Ateneu", "O Cortiço" e "Macunaíma". Este último ainda não li. Mas estas obras tive mais dificuldade de entender. Eu lembro que tinha várias mensagens políticas e críticas à sociedade, mas eu não achei muita coisa. Mas se você não ficar tentando entender mais coisa, fica mais fácil.
A minha lista de livros lidos tem muito mais do que esses autores clássicos brasileiros. Mas por enquanto, ficam apenas esses. Não sei se seria interessante tentar falar de um por vez, porque eu leio muito...

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