domingo, 31 de outubro de 2010

Uma Breve História do Mundo

Além da minha fixação por clássicos eu também tenho fixação poe livros históricos e eventualmente livros de História. Quando eu vi a capa deste livro, nem me dei ao trabalho de ler a contracapa e as orelhas, já acrescentei na minha lista de leitura.
Embora o livro não seja muito pequeno 335 páginas, de fato ele é breve. É dividido em três partes e os capítulos são relativamente curtos. Possui alguns poucos mapas e ilustrações e pequenas caixas de destaque para determinadas passagens. A divisão dos capítulo não foi feito de forma tradicional por períodos da história, e sim, por temas (assuntos). Em geral, ainda segue uma ordem cronológica.
Acredito que o principal ponto forte foi o destaque que é dado para a descrição da história oriental que costuma ser bastante deficiente nos livros de história que se detêm apenas na história ocidental. Ou seja, fala-se muito de Império Romano mas não se fala do Império Mongol que foi ainda maior e mais duradouro. Em "Uma Breve História do Mundo" os dois estão presentes.
As referências aos principais fatos históricos também é diferente. Pareceu ser bem mais imparcial em algumas situações e o autor também teve o cuidado de se omitir em tantos outros, o que se justifica por ser uma narração breve.
Tem um capítulo inteiro sobre a Origem das Religiões no Oriente Médio.
Não pode ser considerado um substituto de algum livro escolar e nem poderia ser usado para estudar para concurso (embora eu desconheça concurso que exija a disciplina. Sorry, total ignorância).
É ótimo para quem é entusiasta no assunto e queira apenas relembrar um pouco de história. E principalmente para aqueles que já esqueceram poderem relembrar ou aprender um pouquinho.
O maior mal de ler romances épicos é que eles usam licença poética e distorcem um pouco da história para valorizar o personagem que algumas vezes é ficcional. Talvez por isso seja tão importante ler livros imparciais com esse para limpar as impressões anteriores. Uma pena ser tão breve.
Dizem que a importância da história é conhecer o que somos e aprender com os feitos do passado. Sem manter uma base histórica de dados ou fatos podemos gastar toda uma existência apenas repetindo tudo que alguém já fez. A partir destes conhecimentos podemos partir de onde outros pararam e ampliar o conhecimento da humanidade.
A parte mais recente da História provavelmente será melhor tratado no livro seguinte "Uma Breve História do Século XX". O que considerando a quantidade de séculos descrita neste livro, confirma estar sendo dado muito mais detalhes na História Recente do que na História Remota. Ainda não li o livro. É o próximo depois de "O Homem Invisível". Aguardem.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Leviatã

Pela minha lista de leitura, dá para perceber que leio umas coisas meio estranhas. Tem uns livros de história, filosofia, administração e ciências sociais. Um pouco é por que eu gosto e um pouco é por que eu preciso. É claro que eu não entendo tudo, mas alguma coisa boa sempre me traz.
Leviatã eu resolvi ler porque tem naquela coleção de Grandes Nomes como referência na História da Administração. Eu sei que o pai da Administração é Peter Drucker, mas muita coisa começa com Weber, Maquiavel, Aristóteles e Hobbes. Eles que fizeram as descrições de Estado que ainda hoje são utilizadas. E como eu preciso continuar estudando, eu volto para as obras antigas que eu não tive tempo de ler durante a gradução e o mestrado.
Leviatã é um livro bastante instrutivo e curioso. Fez-me refletir sobre a diferença de desejo e vontade, sobre ordem e conselho e as responsabilidades apregoadas a cada conjunto de ações, para quem dá e quem recebe. A evolução dos conceitos para os sistemas de governo e a legitimidade da democracia.
Não se trata de uma leitura fácil. E muito provavelmente requererá mais do que uma leitura para uma boa absorção do conhecimento. Ainda sei muito pouco, mas tentei ler sem ficar voltando páginas para entender melhor.
Fala da importância do estado laico e da posse da terra. Fala das leis civis. Veja esta passagem:
"Expus até aqui a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder de seu governante, ao qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se possa comparar. Ele é feito de maneira a nunca ter medo. Ele vê todas as coisas abaixo dele, e é o Rei de todos os filhos da Soberba. Mas dado que é mortal, e sujeito à degenerescência, do mesmo modo que todas as outras criaturas terrenas, e dado que existe no céu (embora não na terra) algo de que ele deve ter medo, e cuja lei deve obedecer, vou falar no capítulo seguinte de suas doenças e das causas de sua mortalidade; e de quais as leis da natureza a que deve obedecer."
Um assunto que eu refleti bastante foi sobre a constituição de um Estado. No livro, o autor argumenta sobre as responsabilidades e os deveres dos governantes e a relação do povo com seu governante nas diferentes formas de governo. Depois de apresentar as relações dos cidadãos. Mas o que essa explanação me fez refletir foi sobre o direito de liberdade. Embora o cidadão seja livre, este não pode recusar-se a pagar um imposto por não concordar com ele sem que tenha que ser banido ou exilado; pois se não pagar os impostos e não seguir as leis de seu Estado já não possui os direitos aos serviços que são dever do Estado fornecer, certo? Isso foi um pouco de devaneio da minha parte, mas a relação da cidadania e da democracia pelo voto tem me colocado cada vez mais em dúvida. Então, embora eu tenha direito ao voto e tenha escolhido o melhor candidato, se este não for eleito, tudo o que eu posso fazer é esperar a próxima eleição. Existe compromisso entre eu e o atual governante? Eu tenho como não aceitar asua nomeação? Isso também renega o Estado.
Então, se você também costuma pensar nisso, leia Leviatã e veja as relações dos direitos e responsabilidade dos governantes, do Estado enquanto nação e dos cidadãos perante o código de leis instituído.

sábado, 23 de outubro de 2010

A Origem das Espécies

Quando eu fui ao Museu de História Natural de Nova Iorque, pensei em comprar "A Origem das Espécies". É, até em museu, eu só vejo livro para comprar. Mas este é um livro muito complexo para se ler em inglês. Deixei para procurar quando voltasse para o Brasil. Pelo menos não gastaria alguns dólares por um enfeite da estante que eu ia acabar doando. Eu não ia conseguir ler.
Lembro que no semestre passado, um colega do curso de inglês resolveu resumir a teoria da evolução de Darwin como sendo "só os fortes sobrevivem". Que eu saiba, esta era a lei da selva, certo?
Darwin era um estudioso, acadêmico. A leitura que eu fiz (em português, claro) lembra a leitura de uma dissertação. Darwin revisa as pesquisas que foram desenvolvidas e que serviram de apoio para sua própria pesquisa. Alguns resultados ele contestou refazendo a experiência, algumas ele citou como princípio para sua pesquisa.
Agora, explicando melhor o "só os fortes sobrevivem", a ideia de Darwin é que várias espécies se extinguiram por não estarem adaptadas às mudanças do meio ambiente (não quer dizer força, e o embate não é direto na cadeia alimentar). E que pequenas mutações podem determinar, ao longo do tempo, geralmente séculos, a geração de uma nova espécie, uma vez que já não seja possível o cruzamento entre seres desta mesma espécie mas de diferentes raças. Isto geralmente acontece após migrações de tribos.
Os estudos foram feitos em diferentes espécies e nem todos os estudos foram conclusivos. Não é possível afirmar, com a leitura de "A Origem das Espécies" que Darwin contesta a criação divina. Isso era uma curiosidade para mim, já que a obra foi banida por algumas igrejas. O que ele deduz pelas evidências é que as espécies devem ter tido uma origem comum que sofreu uma série de pequenas mutações e que esta diferenciação ele chamou de evolução. Mas nunca foi encontrado o elo perdido (o ser intermediário entre o macaco e o homem, por exemplo) que confirma que houve de fato a evolução das espécies.
Este também não é um livro fácil. É uma leitura cansativa, mas é bem melhor que os livros que estudávamos na escola sobre o assunto. Estudei num colégio bastante tradicional e que havia sido colégio de freiras. Então esse assunto era polêmico. Os professores tinham medo de serem mal interpretados ao tratar do assunto, o que acabava gerando algumas discussões.
Por isso acho que foi bem importante ter vindo à fonte do conhecimento. Como já havia lido muitas teses e dissertações, estou acostumada com a liguagem e as citações de referências. A versão que eu li foi pocket também, mas não sei se houveram cortes com relação à edição inicial, provavelmente a tradução deve estar diferente do livro original.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Reparação

Cada livro ou filme da minha estante tem um história especial. Essa é meio confusa, mas vamos ver se dá pra entender:
Sou completamente apaixonada pela série Orgulho e Preconceito da BBC. O filme de Hollywood eu já assiti mais de 10 vezes. Eu quase comprei-o no começo do ano mas eu não gosto do sorriso da Keira e achei que não combinou com a personagem (não sei por que). Então acabei comprando só a série da BBC que é bem melhor!!! Essa história não termina aqui, preciso voltar ao assunto. No dia em que fiquei namorando Orgulho e Preconceito e não comprei, tinha um pack com Orgulho e Preconceito e com Desejo e Rreparação. E eu não conhecia o última (sou muito desatualizada em matéria de filmes, confesso). Desde então fiquei curiosa para assistir o filme que eu abandonei com a sensação de que ia gostar. Meses depois, descobri que o filme foi baseado em um livro, mas que se chama "Reparação" de Ian McEwan e eu fui procurar o livro para ler.
No começo achei a história muito confusa, porque tem uns cortes de cena e no capítulo seguinte continua de um ponto anterior só que sob o olhar de outro personagem. Os capítulos são narrados tanto pela Brionny como por sua irmã mais velha Cee, ou Cecília e também por Robbie.
Mas esta história não é um romance como eu imaginava, é um baita de um drama.
Eu fiquei aguardando a Reparação e fiquei surpresa e frustada com a forma com que aconteceu. Esse foi um dos livros que mais me deixou triste, não emocionada. E não foi legal essa sensação. Como eu disse em outro post, tenho dificuldade em lidar com obras muito reais e principalmente as não-ficção porque não me sinto bem. Na maioria das vezes eu uso a leitura para me desligar da vida cotidiana.
Bom, contando um pouco mais sobre o enredo, Brionny é uma menina de seus 12 anos com talento para escrever e contar histórias. Então ela vê uma cena pela janela, não entende muito bem o que está acontecendo e acaba imaginando coisas.
Nesta noite, com a casa cheia, todos saem para procurar os gêmeos que fugiram de casa e ela vê outra cena suspeita, dessa vez com a prima mas ela (a prima) não confessa o que aconteceu e induz Brionny a entender qualquer coisa. E Brionny, diante da polícia, acusa Robbie, o filho da governanta, instruído e criado junto com os filhos da família, de ter atacado a prima de Brionny. Diante das parcas informações que Brionny tem, a história que imaginou e narrou para a polícia parece fazer sentido e até provas ela obtém de maneira suspeita. E apesar de tudo, ninguém acredita na inocência de Robbie, apenas Cecília e ele vai preso.
Tempos mais tarde, Brionny entende que não agiu certo e que não tinha como ter certeza. Então quer reparar o mal que fez a sua irmã e a Robbie os separando. Logo após a prisão de Robbie, Cecília se afasta da família e vai se preparar para ser enfermeira. Sequer abre as cartas que recebe e não escreve para mais ninguém. A tentativa de Brionny chega relativamente tarde. Embora tente seguir o mesmo caminho da irmã, ambos já estão a serviço das forças armadas inglesas em plena II Guerra Mundial.
Na sexta passada eu finalmente assisti o filme na tv a cabo. E o filme é extremamente fiel ao livro e portanto muito triste. Talvez o final esteja um pouco diferente, mas o tipo de narração que troca de personagem e volta alguns instantes no tempo ficou muito bom! Não vou contar o final, mas a história não acaba por aqui. Os atores estão muito bem e o Robbie... Suspiros!
Recomendo muito cuidado, tanto para ler como para assistir se for fraco como eu. Não pretendo comprar o DVD ou o livro. Não conseguiria relê-lo. Mas é uma experiência impressionante e que valeu a pena.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Elogio da Loucura

Este título de livro me deixou curiosa. O autor, Erasmo de Roterdam também. Mas o que devo esperar de elogio da loucura? Pode ser uma obra de um grande pensador ou filósofo. Mas sobre o que ele escreve?
Realmente é sobre a loucura. Ou melhor, é a loucura o elemento desta obra.
Na introdução, Erasmo avisa que a obra será um elogio da loucura como tantos outros falaram sobre tantos assuntos. E a loucura nunca antes foi tratada com tanta importância.
Na verdade, não deveria parecer um assunto tão absurdo. Entendo que tem muitas coisas mais estranhas para se falar do que a loucura, mas de fato, é inusitado.
Considero uma espécie de sátira nerd. Porque o autor escreve um elogio formal com o uso de várias palavras gregas comparando acontecimentos históricos e citando personalidades conhecidas por suas abordagens filosóficas. Não só cita Aristóteles e Platão como também Cícero. Além disso referencia várias passagens da Bíblia, tanto N.T. como A.T.. Mas o assunto não é sério. Utiliza muitas vezes de contraditório para justificar o assunto. É no mínimo curioso. Se por um lado para os estudiosos é uma obra boba, para os demais é uma obra chata. Então, a quem agrada?
Aos nerds. A todos aqueles que não são inteligentes o suficiente para estudar e compreender as obras mais sérias e também são inteligentes o suficiente para terem interesse em obras mais variadas.
Confesso que não chego a entrar neste grupo porque tive dificuldade em entender, mas acredito que valeu por ter me feito refletir sobre a loucura e todas as pessoas loucas que eu convivo e que a psicóloga que me atende diz que eu devo me acostumar com elas ao invés de tentar trazê-las para a lucidez. E principalmente me fez refletir sobre quando a psicóloga diz que, sim, é possível que eu seja normal e a maioria dos outros é que tenha distúrbios.
Estudar demais pode ser perigoso e não estudar pode ser ainda pior se perdermos com isso a capacidade de refletir.
Se a loucura fosse de fato uma pessoa ou um ser, o máximo que poderia fazer era influenciar outras pessoas. Mas da forma como é, eu não saberia dizer qual a melhor forma de definir a loucura.
Elogio à Loucura não é um livro apenas para divertir. Diverte muito pouco. Traz alguma reflexão mas não traz a tristeza como em "O Alienista" de Machado de Assis. Principalmente por que lida com a loucura com lucidez e humor. É um livro rápido, apenas 120 páginas na versão pocket, então dá para ler no ônibus, avião, metrô, sala de espera... E não precisa largar correndo.

domingo, 17 de outubro de 2010

Retrospectiva

Como já sei que vou viajar este fim de ano, vai ficar complicado fazer um balanço final. Então estou me propondo a fazer uma espécie de retrospectiva, comentando um pouco de tudo que se destacou no ano.
Não seria capaz de escolher o melhor e o pior e coisas do tipo, nunca fui boa de julgamentos, mas que tipo de livro que eu mais li, livros técnicos, romances de banca, livros infanto-juvenis, ou os meus romances épicos. Quantos dos que eu li já estavam na lista, quais eu passei na frente e quantos eu simplesmente atropelei. Quais eu leria de novo. Quantos estão parados e quantos depois de muito tempo eu terminei. E até mesmo quais eu não lembro nem para contar como é a história ou o nome dos personagens (Minha memória já foi melhor, hoje isso acontece mais do que eu gostaria).
Claro que depois da retrospectiva, quero estipular metas para a minha leitura de 2011. A princípio, eu não esperava ler tanto, minha meta era chegar a 100 e eu já passei. Outra meta era fazer a minha lista girar, e parar de passar a frente com outros livros. Mas os livros que eu pego emprestado não tem jeito, eu passo a frente, mesmo por que tenho que devolver. Até hoje, tem só um livro que eu não devolvi por que perdi o contato com a pessoa. Mas aconteceu, eu espero que não mais. Também já doei bastante livros para bibliotecas. E a maior parte dos livros que eu leio é de bibliotecas ou eu pego emprestado.
Então aguardem os meses de dezembro e janeiro com a minha retrospectiva 2010 e planejamento 2011. Já estou deixando o rascunho dos post prontos para finalizar só no mês de dezembro e janeiro.
Ainda não decidi se esse foi o ano Crepúsculo ou Harry Potter. Provavelmente vou ter que escolher por mês. Ano passado, foi o ano de viagens. Curiosamente, eu viajei bastante e comprei bastante livros sobre viagens. Um colega de trabalho que comentou isso quando viu os livros que eu levava nas viagens. Só por causa do "Il Milione - As Viagens" de Marco Polo e "Viagem ao Brasil" de Hans Staden...
Muitos livros eu li em avião, ou em sala de espera de aeroporto. Principalmente os livros em inglês que eu aproveitava para estudar. Outros tantos eu li no hotel nas infinitas missões no Rio de Janeiro. E alguns eu até comprei em aeroporto, para ter o que ler na viagem. Então eu me lembro da viagem em cada um deles.
Um fato muito positivo foi que eu perdi o medo de ler em inglês. Não me arrisco muito em outras línguas, mas superei o medo de ler em inglês. Afinal, alguns títulos são mais baratos em inglês.
Esse ano também eu aumentei demais a lista de leitura. Descobri muitos mais livros que existem e desisti de ler todos os livros do mundo (hehehehe...).
Bom, deixa eu continuar as linhas leituras que ainda tenho muita coisa para ler e escrever.

sábado, 16 de outubro de 2010

Travessuras da Menina Má

Esse livro também tem uma história de como chegou na minha Lista de Leitura. Ano passado, num feriado que eu não pude emendar, fomos passar o dia em Campos do Jordão/SP. Chegamos cedo para pegar mesa na calçada e nem estava tão frio. Mas estava cheio e apertado. Impossível conversar sem que a mesa ao lado ouvisse. Praticamente cochichávamos. Mas os caras da mesa ao lado estavam falando bem alto. Bem sem noção. Um deles tava falando sobre uma viagem que fez ou ia fazer para a França quando outro falou: Se você quiser passear e conhecer a França, você tem que ler um livro. Quando eu ouvi isso, espichei o ouvido. Adoro receber dica de livro. Ainda mais sem pedir. Aí o cara pediu para pegar a cadeira que estava na nossa mesa e continuou falando: Tem um livro que vai falando de um monte de lugar para visitar e comer na França, o livro se chama Travessuras da Menina Má. E mesmo depois da confusão e do aperto, quando eu fui embora fiquei pensando neste livro. Já tinha ouvido falar este título, mas não conhecia. E eu queria poder conhecer a França um dia. Coloquei na minha lista de leitura.
Como esse mês foi concedido o Nobel da Literatura a Mario Vargas Llosa e todas as livraria estão divulgando os livros dele, enquanto não leio outro, gostaria de contar sobe o único livro dele que eu li: Travessuras da Menina Má.
A minha primeiro surpresa quando comecei a leitura é que a história começa no Peru. E este é um país pouco conhecido considerando o tanto que é perto do Brasil. Outra coisa surpreendente foi que eu percebi que este foi o primeiro livro de lingua espanhola que eu li (mas eu li em português, viu).
O personagem principal e narrador da história tem como objetivo de vida viver em Paris. Não importa a profissão. Então ele vai trabalhar como tradutor e intérprete. O tempo todo ele ganha pouco então está sempre procurando trabalho e cursos para conseguir mais trabalho. O cara vai estudar até russo. A maior parte do tempo ele está trabalhando para a ONU, mas nunca como efetivo.
Os amigos dele, a maioria é estrangeiro querendo ir para Cuba aprender técnica de guerrilha para lutar pelo Peru. O personagem até tenta mas é bem difícil não se envolver com política.
A Menina Má é uma antiga vizinha que ele reencontra na França e a paixonite de infância volta. Mas ela não está muito interessada na vida que ele tem para oferecer. Por ser muito bonita, quer tentar arrumar um bom casamento. É uma personagem misteriosa. O destino os faz reencontrar várias vezes e em cada uma delas ela está com um nome diferente. Ele nunca chega a conhecer a história dela de verdade. Apenas algumas partes. Por isso ele a chama de Menina Má.
Bom, eu resumi demais a história. Gostei bastante dos personagens, aprendi bastante sobre o Peru e sobre Paris e recomendo. O narrador sempre conta os lugares que vai visitar e principalmente os lugares que vai comer. E como sempre está com pouco dinheiro, o roteiro é barato mas não perde todo o charme de Paris. Por isso que o cara da mesa ao lado indicou como roteiro de viagem para a França. Na verdade o personagem sai muito pouco de Paris que não seja a trabalho, mas viaja um pouco.
Não é um conto de fadas. Pensei que talvez fosse auto-biográfico, mas não é. Tem um desfecho bastante interessante. Tenho procurado em sebos para comprar mas ainda acho muito caro, não é minha prioridade.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Série Magia em Manhatan

Quase todos os roteiros têm a mesma fórmula de sucesso. Então nestas histórias de adolescentes, o conflito é sempre sobre a popularidade e um aluno deslocado tentando entrar para o grupo dos populares. Aí, funciona por um tempo, e a escola descobre a tramóia e volta a ser como era antes mas agora feliz por que a mocinha encontrou o príncipe encantado.
Pensando na história dos 3 livros da série Magia em Manhatan (não sei se terão mais), o roteiro não foge muito. Só pelo fato de que ela descobre que a mãe e a irmã são bruxas e então utiliza de mágica para conquistar a popularidade. Isso eu acho que é novo.
O dom da magia aparece na adolescência. Não existe uma comunidade secreta ou uma escola bruxa, mas o dom passa de mãe para filha (só mulheres) e é a mãe ou avó que deve instruir a bruxinha no uso da mágica. Mas não é muito complicado, tem um livro de feitiços.
A história é bastante engraçada. Você vê o tempo todos as coisas dando errado. E fica pensando se dá para consertar mais essa. A Rachel me lembrou bastante a Steph de "Como se Popular" da Meg Cabot. Também em forma de narração pela personagem principal, não tem muita participação dos outros personagens.
No primeiro livro da série, Feitiços e Sutiãs, Rachel quer ser do grupo de desfile (tá mais para um grupo de dança, mas foi esta a tradução utilizada) para se tornar popular e quem sabe namorar o Raf. Mas ela não sabe acompanhar o ritmo e é desengonçada. Mas sua irmã Miri usa um feitiço para dar ritmo ao corpo da Rachel. É claro que isso não acaba bem.
No segundo livro, Sapos e Beijos, Rachel está MUITO mais madura e menos egoísta. Encara a vergonha de ter destruído o desfile. Mas neste livro, depois de um feitiço errado que faz o irmão do Raf se apaixonar por Rachel, ela retorna ao grupo dos populares e machuca um pouco mais o Raf. Até enxergar que só estava fazendo mal e tenta consertar tudo.
O terceiro livro tem um novo cenário e muitos personagens novos. Estão num acampamento. E Rachel quer ser aceita pelo grupo de meninas de seu dormitório que se conhecem há anos e ela é a garota nova. Mas logo no primeiro dia, Rachel já faz uma inimiga que quer roubar a sua vida (amigos, família e quase-namorado). Mas tudo bem, agora Rachel também é bruxa. Mas criar feitiços não é tão simples como matemática para Rachel.
Como eu disse antes, é bastante divertido. No primeiro livro perdi a paciência com a imaturidade da Rachel, mas também perdi com a Mia (em "Princesa no Limite", quase desisti de terminar de ler a série, mas valeu a pena). Lidar com o segundo casamento do pai, uma madrasta que tem uma filha mais nova, a vontade da Miri de salvar o mundo e ainda entender como funciona a bruxaria é interessante. Como eu os li fora de ordem gostaria de ler de novo, em sequência, mas ainda está muito recente.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Amante Sombrio

Quero tentar algo novo.
Ontem terminei de ler Amante Sombrio. Para os desavisados, é o primeiro livro de uma série, a Irmandade da Adaga Negra e é sobre vampiros.
Definitivamente, esta é uma série para adultos. O apetite dos personagens é grande.
Trata-se de uma irmandade que luta para preservar os vampiros dos redutores. Humanos não são comida e nem inimigos, apenas mais uma raça que existe. Redutores são seres sem almas, escolhidos entre os humanos para coibir o crescimento da quantidade de vampiros.
Logo no começo da história, morre um dos guerreiros da Irmandade da Adaga Negra (Darius) e o grupo começa a se organizar para vingar esta morte. E então, o líder (Wrath) decide ajudar a proteger a filha deste guerreiro que morreu, Beth, que é mestiça e foi criada como humana órfã.
É óbvio que a convivência deles é estranha e a atração é súbita. Mas entram os outros personagens fazendo uma rede de sentimentos que mantém o suspense até quase o fim. Muitos destes personagens poderiam ter mudado o resultado da história e separado o casal, por que os mocinhos (e mocinhas) têm sentimentos que os levam para o bem e o mal. Não são caricatos e imutáveis. Dependem dos sentimentos e das relações. Apenas os bandidos (redutores) que são de fato maus e não mudam de idéia por nada. Então tem remorso, temor, desejo de vingança, ultrage, orguho, piedade, impotência, inveja, admiração, culpa... Todos teriam motivos para trair.
Gozado, que era para ser um romance, mas eu entendi como um policial e sua trilha de intrigas.
O livro é grande, e são muitos personagens em um curto período de tempo. Eu demorei para ler, então eles ficaram bastante tempo comigo.
Tive vontade de ter um Butch para mim. Ele é um policial muito honesto. E é uma pena que ele não seja vampiro também. Mas eu acho que isso pode mudar até o fim da série. Isso é só um palpite. Não parece ser possível, mas eu fiquei com essa sensação.
Eles usavam muito expressões como Meu Deus ou Santo Deus. Só que o "ser divino" é a Virgem Escriba. Não entendi muito bem, pode ter sido uma inconsistência com a tradução ou preguiça da autora de inventar uma expressão melhor. Eu acho que ficou estranho.
Uma coisa que eu gostei foi de o Vampirão rei, líder da Irmandade ser quase cego. Ele ficou menos perfeito. Eu nunca gostei muito dessa coisa em Crepúsculo de os vampiros serem perfeitos. Muito mais bonitos, muito mais fortes e com talentos especiais sobrenaturais. Mas entendo que a história não seria tão boa sem essas características.
Voltando para Amante Sombrio, por mais impressionante que o Wrath seja, ele fica um machão muito meloso ao longo do livro. Pelo menos não ficou chato.
Achei as personagens femininas fracas. Pode ser que sejam melhor exploradas em outros livros. Eu meio que esperava um equilíbrio maior, como em O Garoto da Casa ao Lado e Garoto encontra Garota, ambos da Meg Cabot. Eu diria que este não é um livro de mulherzinha. Mas eu adorei e recomendo.
Não sou muito boa nisso, por que não sei como não comparar com tantas outras coisas que eu li. Espero que gostem e eu não tenha contado demais.

domingo, 3 de outubro de 2010

Clássicos

Quem me conhece a mais tempo, está acostumado com a minha mania de livros e vídeos clássicos e livros e filmes históricos. Quando comecei a ouvir esses comentários, achei que era a sensação de que eu poderia ler todos os livros do mundo (que tonta se realmente pensei que sim...), por isso precisa voltar ao passado. Mas a verdade é que de uma forma ou de outra, as obras atuais continuam fazendo referência a outras obras. Por sorte, hoje, a maioria das referências é de livros que eu já li, mas muitos ainda acabam indo para a lista da barra livros a serem lidos. É muito bom quando a gente entende a referência. Em "Crepúsculo", Edward discute com Bella sobre a personalidade dos personagens de suas obras preferidas. E Bella defende Redcliffe. Você sabe quem é? Leu o Morro dos Ventos Uivantes por causa de Crepúsculo?
Eu não sou da área, então posso estar falando besteira. O meu interesse por essas obras clássicas começou quando começaram as comparações entre obras e diferentes movimentos no curso de literatura. Por política do colégio que eu estudava, e acredito que da maioria das escolas, só tínhamos obras clássicas como leitura obrigatória no colegial. Durante primário e ginásio eram obras mais atuais, a maioria de autores brasileiros. Então cresci lendo Pedro Bandeira, Maria Clara Machado e a hoje clássica Coleção Vagalume. A justificativa é que os alunos achavam a leitura dos clássicos muito chata e difícil. Como meus pais não tinham condições de nos oferecer muitos livros (Enciclopédia era suficiente na época) e a biblioteca da escola não tinha muitas opções e ainda colocava um monte de empecilho para pegar livro, as minhas leituras eram bastante restritas.
Então no momento que estiveram ao meu alcance, principalmente pela internet e pelo meu salário, dei prioridade para os clássicos. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, por exemplo, O Senhor dos Anéis, Crônicas de Nárnia, O Guia dos Mochileiros da Galáxia e Agatha Christie, são leituras que fazem na escola. São obras atuais e também são clássicos. E eu só as conheci através dos filmes. Mesmo Shakespeare, também só fui ler quando estava terminando a faculdade. Aliás, eu fui uma das poucas alunas que usou MUITO da biblioteca da faculdade. Chegava a pegar 3 livros por vez e renovava sempre que possível para terminar de ler.
Então ainda que eu separasse em vários tipos de clássicos, digamos que gosto de ler todos. Quero falar primeiro sobre os clássicos brasileiros. Sinto muito, mas não gosto de poesia, então esses não terei comentários.
Durante o colegial, eu li quase todos os livros que estavam na lista de Fuvest, Unicamp. No terceiro ano, escolhi metade para ler e metade para ler o resumo. Depois que passei no vestibular, voltei para ler mais alguns. As obras que eu mais me identifiquei, é claro, é o romantismo. Ainda tenho curiosidade por algumas obras e não considero minhas leituras concluídas. Adorei ler Machado de Assis. Sei que muitos não gostam, mas considero "Memórias Póstumas de Brás Cubas" a melhor obra do Século XX. Como alguém pensou em colocar o morto como narrador e contar a história de trás para frente, sem colocar aquele rolo de alma que volta e tal. É impressionante! "Quincas Borba" também é bom, mas "Memórias..." é melhor. "Dom Casmurro" merece ser falado à parte. Para mim, é como se fosse de outro autor. Não está na mesma linha. Esse ano também li "Memorial de Aires". Em 2007 li "Esaú e Jacó" e "Helena", e eu recomendo. São obras mais curtas. "Memorial de Aires" é em forma de diário (Memorial) e menos envolvente. Talvez eu tenha estranhado porque neste caso o narrador é masculino. Mas acho que é porque eu comecei do filé, depois dele, tudo parece carne de segunda...
Outro autor que explorei bastante foi José de Alencar. Estes últimos anos mesmo, li "Lucíola" e "Diva" para completar a trilogia de mulheres. Mas "Senhora", que foi o primeiro que eu li, ainda é mais envolvente. Assisti a reprise da novela baseada nestas obras para matar saudades da Aurélia e seu Fernando. Foi bom tentar interpretar Aurélia na peça da escola. Ainda bem que não deu certo, porque eu sou muito tímida.
Esses últimos anos também tentei a trilogia indígena com "O Guarani" e "Iracema". Ficou faltando "Ubirajara". Talvez algum dia, mas "O Guarani" é muito bom. Engraçado não ter um final feliz, mas isso era comum na época.
Outro momento literário que vale a pena comentar tem "O Ateneu", "O Cortiço" e "Macunaíma". Este último ainda não li. Mas estas obras tive mais dificuldade de entender. Eu lembro que tinha várias mensagens políticas e críticas à sociedade, mas eu não achei muita coisa. Mas se você não ficar tentando entender mais coisa, fica mais fácil.
A minha lista de livros lidos tem muito mais do que esses autores clássicos brasileiros. Mas por enquanto, ficam apenas esses. Não sei se seria interessante tentar falar de um por vez, porque eu leio muito...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Crepúsculo e Opúsculo

Não adiantou o tanto que me falaram que Crepúsculo era livro para adolescente. Esses livros ficaram meses na lista dos mais vendidos. E ainda a baita divulgação que foram os filmes que já saíram. Não sei dizer exatamente em que momento que caí em tentação e não resisti. Sempre quero saber o que está acontecendo. E então eu li Crepúsculo em e-book. E eu adorei a forma como a trama foi amarrada e a leitura deslanchou de tal forma que esta foi uma das leituras mais prazerosas do fim do ano passado. Acho que isso só pode ser talento do autor.
Não assisti os filmes, apenas os trailers. E procurei spoilers sobre os outros livros. Quando comecei a ler Lua Nova em e-book resolvi comprar os livros e ler com mais calma, me deliciando a cada parte.
Confesso que quando terminei de ler Amanhecer não tive tanto prazer assim. A parte da Lua de Mel não foi tão interessante, e o final foi deprimente. Colocaram um horror desnecessário. E diante de todas as críticas, resolvi ler Opúsculo. A minha decepção é que Opúsculo não tem enredo, é totalmente dependente de Crepúsculo.
Deixa eu explicar melhor, isso acontece também com os filmes "Todo Mundo em Pânico". Se você não assistiu os filmes parodiados, a história não faz sentido e não dá para entender as piadas. Eu gosto muito de comédia, mas principalmente das referências que não comprometem o andamento da história. O que curiosamente acontece em "Beber, Jogar, F@#er". É um livro de humor, que tem um enredo fraquinho, mas tem um enredo. Para quem leu o "Comer, Rezar, Amar" é impossível não lembrar n vezes, e rir com os comentários, mas para quem não leu, também tem a sua graça. E vai adorar agora assistir ao filme!
Mas a minha decepção com Opúsculo foi pela falta de enredo, não tem como negar. As falhas de Crepúsculo, com exceção das mais pessoais, não são novidades, e poderiam ter sido mais bem trabalhadas. Eu li em algum lugar, não lembro onde, que a publicação de autoria (The Harvard Lampoon) de Opúsculo é conhecida por suas sátiras e paródias. E por isso esperava mais. Quando o livro chegou em casa, vi que o livro era bem pequeno, então a história tava mais do que resumida. Alguns personagens são bem diferentes, mas os acontecimentos também são bem confusos. Mesmo sendo também uma narração de Belle, as interações deixam situações sem explicação. Não gosto de falar mal de livro, então entendam que é uma crítica apenas. O grande erro não é do autor e sim da expectativa que é gerada a respeito da obra. Neste caso, meu!
Continuando com Crepúsculo, a "Breve Segunda Vida de Bree Tanner" foi muito breve, e me fez pensar que enquanto "Sol da Meia Noite" ainda não tem previsão de conclusão, as histórias paralelas ou continuações podem ser bastante interessantes. Fiquei com sensação que ainda sabemos muito pouco sobre o Diego.
A outra curiosidade que tenho e que espero que a autora também tenha é sobre a vida de Reneesme com Jacob. Não me pergunte por quê? Mas essa forma de carinho da criança por um "padrinho", aparentemente mudará com o tempo, confirmando o imprinting, certo? Nem imagino como isso possa acontecer.
Claro, que eu não seria Compulsiva pela leitura se soubesse das várias traduções na internet de Sol da Meia Noite e não tivesse arrumado um jeito de ler. Eu li, de um blog. E muito boa a tradução. Curiosamente, mesmo conhecendo a história, eu li com o mesmo entusiasmo de um livro inédito. De novo, acho que isso é mérito do autor. Considerando a diversidade de leituras que eu faço, não é o que acontece normalmente. Preciso brigar em muitos livros para não pular pedaços, parágrafos e até capítulos inteiros.
Agora, não sei dizer se a autora ainda quererá usar estes personagens novamente em uma nova obra. Mas a minha humilde opinião é que ainda tem espaço para mais um pouco.