Ainda tenho dificuldade de entender a necessidade de fazer 3 categorias nacionais na Nascar, e entender a relevância da Xfinity. Por muito tempo, o carro era muito parecido com o da Cup e as equipes de uma categoria investiam nas equipes da outra. Talvez seja o momento de repensar esta divisão e reestruturar. O fato é que durante o ano, na maioria das provas tivemos mais inscritos do que vagas, para a participação. Nas poucas provas que Miguel Paludo participou, precisou se classificar e, caso o treino fosse cancelado por mal tempo, seria eliminado pelos critérios do sistema de classificação utilizado pela Nascar. E apesar de não ser expressivo o desempenho de alguns carros, questiono que seja dada preferência para pilotos que participam de outras categorias da Nascar em detrimento daqueles pilotos eventuais que estão tentando uma oportunidade de serem reconhecidos e conseguirem algum contrato de mais longo prazo.
E com a nova leva de pilotos novatos que foi parar a Cup, sobrou para Noah Gragson fazer o papel do veterano postulante ao título, assim como Algaier. A Gibbs continua usando o carro 18 para os pilotos convidados, trouxe o Ty Gibbs direto da Arca e renovou com Brandon Jones. A Kauling estava com Allmendinger para todo o campeonato e arriscou contratar Hemric, atual campeão para fortalecer a equipe. Ainda na disputa, os dois pilotos novatos da Childress (Austin Hill e Sheldon Creed) e o piloto da Stewart-Hass (Riley Herbst). Quaisquer outros que tivessem uma vitória, seria por sorte.
Mas Josh Berry fez valer ter sido contratado para o campeonato inteiro e lutou por vitórias, chegando na final. Achei pretensiosa a forma como ele se impôs para a equipe, mas parece ter sido uma aposta certeira.
Hemric foi um oponente morno. Teve muitas quebras e nenhuma constância de bons resultados. Se ele conseguir se manter na Kauling será uma boa oportunidade, mas dificilmente terá outra chance na Cup.
Apesar de ter sido campeão na Truck, Sheldon Creed lutou por toda a temporada, se meteu em batidas memoráveis, mas não conseguiu bons resultados para se classificar. Enquanto que Austin Hill começou o ano com uma vitória e colocou um marco para seu desempenho. Em algumas provas esteve apagado, mas nas provas de superspeedway fez questão de mostrar que pretendia outra vitória.
Brandon Jones também foi uma decepção. Geralmente intercala movimentos arriscados que dão errado com corridas limpas com vitórias expressivas, mas desta vez não conseguimos ver as suas vitórias.
A maior parte das vitórias por concorrentes da categoria foi dividida entre Gragson e Gibbs. Algaier conseguiu algumas, Allmendinger também, mas estes dois chegaram a marcas de 8-10 vitórias no ano. Gragson conseguiu fazer uma sequência de 3 vitórias.
Aquelas figuras lutadoras eventuais não apareceram. Ryan Sieg esteve entre os pilotos a se classificarem para o playoff, mas seus resultados são consistentemente medianos. Ainda falta um pouco mais para conseguir um bom resultado.
Ty Gibbs começou a fazer provas na divisão nacional da Nascar em 2021 com vitórias, listando Senna como seu ídolo e foi muito bem recebido pela torcida. Mas depois que ele fez Kyle Busch ser dispensado da Gibbs juntando com algumas demonstrações de falta de fair play, a situação não ficou tão boa. O curioso é que eu não tinha percebido nada até assistir a prova com a narração da televisão americana e ouvir as vaias da torcida. É uma pena que a situação tenha chegado a este ponto, mas ofuscou um pouco da glória pelo campeonato. Não sei se ele vai ter o sucesso que imagina quando chegar na Cup Series.
Como já adiantei antes, em algumas provas tivemos a participação do Miguel Paludo. Gostaria de poder elogiar um bom resultado, mas acho que seu melhor resultado foi um oitavo lugar, numa prova que largou de trás. Em duas outras provas, teve problemas com o carro e ficou muitas voltas para trás ou nem terminou. E ainda teve a dificuldade de precisar dos treinos para se classificar e arriscou viajar e ter que ficar de fora. Fazendo um grande parênteses aqui, talvez com a parceria da Nascar Brasil possam surgir oportunidades mais justas para pilotos brasileiros em condições de competir não apenas nas provas de circuito misto.
Sem entrar em grandes polêmicas, 2022 eu imaginei que não seria um ano competitivo para a Xfinity, mas novos nomes conseguiram aparecer. Felizmente Gibbs, Gragson e Allmendinger estão indo para fazer uma temporada completa na Cup Series e a dança das cadeiras ofereceu novas oportunidades. Sam Mayer, Sheldon Creed e Riley Herbst talvez tenham a chance de competir com mais chances de vitória, mesmo com a chegada de JH Nemechek, e Chandler Smith.
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