terça-feira, 31 de outubro de 2017

Dicas para Balancear o Orçamento Doméstico

Eu não gosto de colocar desta forma, como se eu soubesse o que eu estou fazendo, mas por outro lado quero muito divulgas as minhas iniciativas que deram certo. Mas vamos lá, sei que algumas coisas que funcionaram podem ajudar outras pessoas que passam por problemas parecidos.

Inventário e estoque mínimo. Não adianta, alguns produtos sempre temos que ter em casa que não dá pra sair pra comprar só quando acabar, como por exemplo o papel higiênico. É o caso também do leite e o pão para quem toma café da manhã em casa, ou a água mineral para quem não utiliza um filtro. A dica é fazer duas coisas: identifique os produtos que você prefere ter sempre em casa, que utiliza quase que diariamente e a quantidade mínima de cada item para que dure até a próxima compra. Faça da ida ao mercado um compromisso periódico ao invés de deixar para ir quando precisar. Isso ajuda a calcular a quantidade mínima. Eu escolhi fazer compras semanalmente e aos domingos de manhã para comer comida sempre fresquinha no domingo e ter frutas e verduras frescos a semana inteira. Os produtos secos, de limpeza e todos os demais industrializados, evito comprar em quantidade maior do que um para não ter estoque, quase que apenas as embalagens abertas. Já falei sobre isso por aqui. Assim sempre tenho os alimentos mais frescos e não perco produtos pela validade. Caso encontre uma super promoção de algum produto e não queira perder, verifique quanto tempo terá para consumir antes de sair comprando determinada quantidade maior que o estoque mínimo. Com isso eu consegui reduzir a minha despensa a pouco mais do que uma prateleira de produtos fechados (tipo estoque mesmo) e mais uma prateleira com os mantimentos (que eu mostrei aqui quando resolvi trocar todos os potes de armazenamento). Minha geladeira e meu freezer não são muito grandes, então não estou trocando o estoque de lugar, realmente tenho pouca coisa em casa e faço 3 refeições por dia para 3 pessoas com estes alimentos.

Listas. Tenha listas de compras para todos os tipos de produtos e não apenas para os itens de supermercado. Assim você evita comprar coisas que não precisa e sair muitas vezes para procurar um produto e acabar comprando outro. Itens para a casa, utensílios, objetos de decoração e presentes, liste até meses antes para definir exatamente o que quer e evitar comprar errado ou comprometer o orçamento antes de ter um imprevisto. Eu dificilmente saio de casa para comprar apenas uma coisa e volto com duas. Geralmente tenho a lista dos produtos, a especificação de modelos e marcas que quero e o valor que estou disposta a gastar para cada um deles. Se eu preciso de um item de papelaria, já listo todo tipo de produto que tem naquela loja que eu posso precisar nos próximos meses. Eu coloquei uma página aqui com a lista de desejos que é bem isso. Quando eu ainda não sei exatamente o que eu quero, pesquiso imagens de produtos na internet e visito algumas lojas só para ver o que tem antes de decidir o que eu quero comprar. 

Imprevistos. O chuveiro queimar, a máquina de lavar parar de funcionar ou você perder os seus óculos não são coisas que você possa prever e acrescentar no orçamento. Nem sempre é possível ter um valor guardado para a pior situação (sei lá, o valor de uma geladeira ?), mas eu sugiro sempre pensar num plano B antes de comprar algo para substituir. Eu tenho uma resistência de chuveiro remendada para usar nestes casos, posso levar a roupa para lavar na casa da vizinha e lavar algumas peças na mão por algumas semanas, e tenho um óculos reserva que a lente está só um pouco menor do que a atual para usar até que tenha tempo e dinheiro para levar para trocar as lentes. Muitas vezes com isso consigo esperar mais umas semanas, pegar um adiantamento, pesquisar o menor preço e taxa de entrega, comprar usado que geralmente pede pagamento à vista e até mesmo negociar melhor o valor e as parcelas da compra sem precisar recorrer a um empréstimo do banco. Neste caso, a dica não é nem para não gastar, mas para não ter que gastar a mais. Mas a dica é não entre em desespero e analise quais as possibilidades de fazer uso antes de comprar os itens de substituição. De preferência, tente mais de uma coisa.

Planejamento. Nunca gostei de fazer planejamento, sempre achei que estava sendo bitolada demais. Até as listas me soavam como excesso de planejamento. Mas conforme fui ficando mais experiente, percebi que nunca tinha tempo para fazer as coisas com calma e acabava aproveitando pouco o evento por conta da tensão de terminar, fazer tudo o que queria, chegar na hora ou acertar na expectativa das outras pessoas. Então reconheci que um pouco de planejamento não faz mal a ninguém. Antes de assumir um compromisso penso o que eu vou poder assumir, o que eu vou ter tempo para fazer e o que eu vou precisar comprar antes de dizer sim. Eu sempre mostro aqui alguns projetos que eu faço e a minha lista de metas. Mas para não pesar no orçamento, eu escolho o que eu vou assumir e o que não dentro do tempo que eu tenho disponível. E eu escolho ter noites que eu não faço nada, que eu durmo cedo, e também escolho ter fins de semana que eu passo fora de casa e deixo as tarefas do fim de semana para fazer durante semana. Claramente não posso fazer isso sempre, eu me planejo para ter dias de rotina e dias sem rotina sem sobrecarregar.

Despesas. Avalie pelo menos uma vez ao ano o que pode ser feito para reduzir cada uma das despesas mensais, seja o gasto com combustível, com supermercado, com plano de saúde, com celular, escola e cursos, hobbies... tudo. Eu consegui renegociar um desconto maior de pontualidade ao pagar a mensalidade da escola, um desconto à vista para pagamento em uma parcela do seguro de vida, fiz uma contraproposta na renovação do aluguel já que seria um novo contrato, troquei o plano de celular, troquei algumas marcas de produtos da lista de compras e substituí alguns produtos dando preferência para os produtos da estação, me desfiz de uma geladeira por outra mais nova e mais econômica. Claro que não de uma vez e nem sempre muita coisa em um mesmo ano. Geralmente os ganhos são pequenos, mas 5% de desconto, em 12 meses acaba sendo mais do que o rendimento que teria para o mesmo valor em uma aplicação. Aqui a ideia não é ver isso como um investimento e ficar rico (a maioria ficaria satisfeito de poder se aposentar), mas não ter um aumento maior do que o da inflação, que é quando você perde o seu poder de compra e diminuir o seu padrão de vida.

Fim de Ano. Seria bom se você pudesse aproveitar o seu 13º e as férias sem se sentir sabotado. Nem sempre dá pra negociar as férias para outra data e evitar viajar no fim de ano, mas veja um destino menos procurado, a casa de parentes que possam te receber, compre com antecedência, diminua a quantidade de diárias viajando um pouco antes e voltando antes ou indo no meio e voltando um pouco depois. Se viajar já estiver fora de cogitação, tenha algumas opções de confraternização mais em conta para não pesar para ninguém, aproveite para ajudar alguém que você conhece que pode prestar um serviço de fazer uma ceia, mesmo que pouco convencional, bole algumas brincadeiras que permitam a interação dos familiares e amigos sem necessariamente ter que comprar presentes, ou ainda aproveite para um momento de introspecção. Nesta época também estamos com a preocupação de pagar o 13º, presentear os colaboradores, pagar tributos (IPVA, IPTU), matrícula de escola e material escolar.... Veja o que pode ser feito para espaçar estes gastos. Muitos são inegociáveis, mas outros podem ser dados outras medidas.  Depois venho comentar algumas ideias que podem ser usadas.

Senso de justiça. As pessoas sempre que falam de dinheiro caem em dois estereótipos, ou se colocam como espertos que sabem gastar dinheiro ou se colocam como coitados por que nunca tem dinheiro e tudo está sempre pior. Eu não quero discutir distribuição de renda ou se a remuneração é justa ou se um ou outro estão fazendo o uso correto do dinheiro. Mas veja, independente de se você ganha bem ou mal, você tem que viver dentro do seu orçamento. Se você entende que deveria ganhar mais, tem que ver o que pode ser feito para isso. Mas não é você que vai mudar o mundo (não sozinho e não porque você quer), mas se adaptar. Viva o momento presente, com o orçamento atual e procure não comprometer o valor total de sua renda. Não é porque você tem aquele dinheiro e pode gastar com um novo smartphone que você vai trocar o telefone que já te serve. É difícil encontrar esta justiça. O que sempre me incomodou foi a impressão que eu deveria ter alguma coisa. Eu tinha walkman quando era mais nova, mas nunca senti a necessidade de ter um mp3 player, um Ipod, um Itouch. Mas não é por que eu não podia comprar este ou aquele, eu realmente não ligo para ouvir música. Nem tenho aplicativo de música no celular ou arquivo de música na memória. Desta forma eu fui deixando de consumir várias coisas que para outras pessoas são importantes. O equilíbrio está em relacionar o custo com o benefício. E ter uma folga no orçamento é um benefício que pode ter um custo (no sentido de sacrifício) menor ou maior. Então não é que a pessoa deva ter uma vida frugal, mas adaptar o estilo de vida ao orçamento.

Eu pretendia escrever de forma rápida mas percebi que alguns assuntos já foram tratados enquanto que outros eu poderia falar muito mais. Também percebi que deixei de retomar vários assuntos e que posso contar mais. Se houver interesse, posso contar mais.

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