quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O que Eu Tenho Feito do Meu Tempo

Em alguns momentos nas nossas vidas temos tantas coisas para fazer que passamos a cronometrar tudo o que fazemos para tentar encaixar o que está faltando em alguma "janela". Em outros momentos relaxamos e nem vemos o tempo passar.
Eu tenho a mania de subestimar a minha capacidade de fazer coisas. Há poucas semanas, deixei de lado as minhas listas de tarefas porque não estava conseguindo fazer o que estava listado. O porém é que mesmo quando eu tenho tempo, não tenho conseguido fazer o que eu preciso fazer.
Ao que tudo indica, eu estou com tempo. Continuo com umas duas horas entre chegar em casa e começar a rotina para dormir. E eu não sei dizer o que eu tenho feito nestas duas horas. As minhas leituras não estão avançando, as revistas, pouco tenho lido; não tenho feito janta; não tenho me dedicado aos cuidados que eu gostaria de estar tendo; o quebra-cabeças, está parado na mesa que acho muito escuro para fazer nos horários que estou em casa, sem luz natural.
Eu simplesmente não sei como este tempo evapora. Celular? Com certeza. Vídeos no Youtube? Também. Mas e o quê mais?
Mesmo no trabalho, percebo que faço algumas coisas, mas é tão pouco que fico com a sensação que o tempo passou e eu não fiz nada.
Nos fins de semana que não tenho compromissos, pelo menos umas duas horas eu passo lendo e umas duas horas eu gasto em algum projeto. Apesar de eu ter passado um tempo montando o quebra-cabeças, não me dei ao trabalho de cozinhar ou arrumar a casa. A roupa foi lavada, mas não foi guardada. E então tudo começa novamente e eu não diminuí a quantidade de coisas que tenho a fazer.
As minhas metas e os meus projetos me ajudam a passar a maior parte do tempo motivada para estas preocupações. Eu gostaria de já não ter mais estas preocupações para que esse tempo que passou sem que eu perceba seja indiferente. Gostaria de saber que este tempo em que aparentemente não fiz nada, eu estava relaxando, curtindo a família ou simplesmente fazendo alguma coisa inesperada. Mas assim como não sei dizer o que eu fiz, sei dizer que não foi isso que eu fiz.
A sensação de que estou falhando comigo mesma me aplaca por vários dias. A satisfação pelo cumprimento das tarefas é tão importante como outras, mas só começo a sentir mais a sua falta quando outras já estão satisfeitas. O ponto é que fazendo uma leve reflexão, penso que as minhas outras satisfações nem estão tão bem assim. E novamente é tudo culpa exclusivamente minha. Não adianta procurar o que me tirou do foco porque fui eu que abri o foco e deixei desfocar. Às vezes isso faz muito bem, não sou uma máquina. Eu só esqueci que já deu e agora eu preciso voltar a focar.
Já estou com novas listas. Estou tentando me programar para não falhar mais daqui em diante. Mas então porque ainda preciso me perdoar por minha falha e aceitar que eu não preciso de uma punição para resgatar o erro e compensar a sensação desoladora?
Não estou buscando respostas ou simplesmente lamentando o tempo que eu perdi. Estou trazendo uma reflexão que se você não parar intencionalmente para descansar da rotina, você vai acabar perdendo a rotina sem querer. Faça suas pausas planejadas para não se ver perdida diante do caos sem saber porquê. Não tem jeito, o corpo cansa, a mente cansa. Fingir que não acontece só vai piorar a sua produtividade. Fazer uma pausa planejada te faz ter muito mais ânimo para voltar a encarar a rotina sem perder o foco.
Tenho sentido a necessidade de estabelecer melhor a minha rotina da manhã e da noite. Vejo que melhorou muito desde que comecei a estabelecer, mas preciso começar a encarar como rotina justamente para não me perder. A rotina da manhã é a que está funcionando melhor, mas a da noite é a que eu faço por mais tempo. Vamos ver se consigo estabelecer meu período de leitura.

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