Eu vivi muitos momentos diferentes na minha vida de leitora. Uma das gratas felicidades foi ter iniciado um caderno em que eu anoto as leituras que realizo. Se tornou um hábito tão agradável que eu sugeri à minha filha que fizesse tão logo ganhou autonomia na leitura. E daí que hoje nós meio que disputamos quem consegue ler mais. E ela está muito na minha frente.
Até esta época, por volta de 2003, eu não sabia muito bem como organizar os livros que eu gostaria de ler. Eu tinha muito poucos, e quase todos eu já tinha lido pelo menos uma vez. Vendo como a minha irmã fazia de simplesmente pegar um livro da estante dos outros e sair lendo, resolvi tentar ler todos os livros que eu sabia que existia na casa das pessoas, principalmente na casa dos meus pais, e ler. Esta foi a minha primeira lista de espera.
Um pouco depois, ainda nesta época, passei a ter um acesso mais contínuo à internet e tive o meu primeiro computador, em 2005. Nesta época, descobri que era possível acessar livros digitais e ler pela internet. Neste momento, passei a copiar listas com os livros que eu encontrava e tentava ler todos. O meu ritmo de leitura não é muito lento, mas eu descobri uma quantidade de títulos muito grande para uma leitora em formação. Além disso, gostava de pegar livros na biblioteca da faculdade, mesmo que não fossem as referências das matérias que cursava, para instrução. Apesar de eu ter passado a ler muito mais, também não fui capaz de terminar com nenhuma das listas que eu fui juntando.
Por volta desta época também, eu passei a ter o poder aquisitivo para conseguir comprar livros. Eu tinha uma regra de só comprar livros que estivesses por 9,90, para não exagerar e gastar demais. E então eu acabei juntando cerca de 400 livros na estante, ainda não lidos.
Em 2008/2009 eu descobri o Skoob e o grupo do Livro Viajante. E através dele eu tentei ler todos os livros disponíveis. As listas demoravam para rodar, mas eu tinha tempo para ler em casa no final do dia. E com isso, deixei de lado as minhas listas e passei a ler muitos livros que eu recebia e enviava.
Depois que a minha filha nasceu em 2012, eu parei de me inscrever nas listas dos livros do Grupo Livro Viajante, acho que um ano depois eu fui excluída do grupo porque me recusei a responder um questionário de compromisso. Foi mais uma coisa que eu me despedi para tentar simplificar a minha vida. Foi um processo gradual a partir de 2013. Mas restaram várias séries de livros que eu comecei a ler pelo livro viajante e nunca terminei. E então, mais uma lista.
Desde então, continuo com cerca de 350 livros físicos não lidos na minha estante, a mesma quantidade salva no computador da época que eu baixava livros e mais um monte de livros listados, que não necessariamente eu tenho em algum meio mas que eu gostaria e ler. Tenho tentado priorizar os livros das listas nas leituras.
Desde que eu comecei com as metas de leitura em 2013, consegui diminuir bastante todas as listas, juntei algumas mas nunca consegui terminar nenhuma. Eu cheguei até a organizar uma quantidade da lista por ano para tentar acabar com ela um dia. E o limite que estabeleci era 2021. Até o ano passado, a quantidade de livros lidos por ano era bem realista, cerca de 60, mas como vim fazendo as leituras mais fáceis, os livros que eu já tenho em casa, e etc... Estou chegando num ponto um pouco crítico. A quantidade de livros que restam para terminar até 2021 está muito alta, não estou conseguindo reduzir.
E uma quantidade bem grande destes livros eu não tenho e não estou conseguindo encontrar nem como troca nem para baixar. O meu objetivo era que sobrassem menos de 100 livros nesta situação. 2020 vai ser o ano mais crítico. Mas depois, sem cobranças, espero terminar com esta lista.
Bom, agora vocês conhecem as histórias das minhas listas, de como elas ficaram tão grandes e irreais e porque eu venho tentando diminuir. E não, eu não tenho acrescentado novos títulos nas listas. O que eventualmente acontece é eu cadastrar na estante ou comprar livros que não estão listados. E isso é bem frequente. Por isso as demais metas.