segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Do Uso de Metas e de Listas

Não nasci obcecada por organização e nem sou metódica. Mas fui criada por uma pessoa neurótica com limpeza e arrumação e atualmente moro com pessoas metódicas.
A constante cobrança pela organização e arrumação me tiram do sério. Não gosto de ficar sendo cobrada. É um incentivo para eu não fazer.
Dentro de um processo de autoconhecimento pude separar a parte da compulsão que é minha e a parte que é devida a outras pessoas. Ter uma casa arrumada não é uma preocupação minha. As metas e as listas são a minha forma de lidar com as cobranças pelo que as pessoas acham que eu devia fazer. Mas eu não me iludo ou me engano quanto a isso. Só me proponho a fazer o que eu quero. Algumas coisas que esperam que eu faça, provavelmente nunca vou fazer.
Qualquer pessoa que vive ou viveu contando o dinheiro para fazer as coisas, perdendo o sono sem saber o que fazer para pagar as dívidas tem dificuldade em jogar coisas fora. Tem gente que entra em dívidas e não perde o sono e tem gente que não tem o dinheiro e não perde tempo fazendo conta. Não é o meu caso. Não é que eu acumule lixo ou junte tranqueira. Eles representam apenas uma pequena parcela de tudo.
Também como parte da busca por autoconhecimento assumi algumas "filosofias de vida" que requerem grandes mudanças de hábitos. Um exemplo de situações em que fico desesperada é estar com vontade de preparar alguma coisa para comer e ao pegar os ingredientes descobrir que está vencido e sem condições de uso. Jogar comida fora é uma das coisas mais sofríveis para mim. A minha "filosofia de vida" no que diz a alimentação tem uma série de limitações:

1. Só vou ao supermercado uma vez por semana.
2. Alguns itens eu reconheço que tenho que ter sempre em casa e se acabar preciso comprar mais.
3. Alguns itens só entram na minha casa para satisfazer (uma vontade ou um evento) e devem ser consumidos até o fim sem nunca chegar a ter espaço demarcado na minha despensa.
4. Gosto da praticidade de comer fora, mas se eu quiser boa comida, a minha escolha é comer em casa. Inclusive durante semana a prioridade é a marmita que levo ao trabalho, saindo para comer na rua apenas quando não houver opção.
5. Não como carne à noite a não ser no molho ou alguma mistura. Prefiro massa, salada ou um lanche.
6. A comida da minha filha é o mais saudável possível. Os itens que não são saudáveis não saem do supermercado a não ser que seja para consumo imediato. Já basta as lembrancinhas das festinhas de aniversário.
...
Outro desespero que eu tenho é com as roupas. Abrir o armário e ficar experimentando não é algo que combine comigo. Então acabei formando a minha lista de regras com relação ao vestuário:

1. Prefiro trabalhar com calça e sapato fechado. Compro uma bota de cano baixo e salto médio por ano e uso até acabar.
2. Prefiro não usar maquiagem nem salto alto no dia-a-dia, mas em situações especiais tudo é permitido. Perfume não é maquiagem, posso usar todos os dias.
3. Meu estilo é clássico. Dificilmente vou usar roupas da moda que não sejam uma padronagem mais tradicional.  Mesmo que seja moda, as cores sempre contrastam com branco, preto ou bege (às vezes cinza ou azul marinho).
4. Não troco diariamente de acessórios e de bolsas. Se eu pegar para usar algo, vou usar por meses.
5. Compro roupas quando me canso das minhas. Uso as mesmas roupas por semanas e depois esqueço elas no armário até voltar a elas em outro momento.
6. Lavo roupas apenas no fim de semana e a prioridade são as coisas da Ágata. Se não der tempo, ou não couber na máquina, só na semana seguinte. Algumas peças, mando na lavanderia para não ter que passar.
...
Esses são só exemplos de regras, não é só isso. Pequenas escapadas são permitidas. E eu gosto de estar aberta ao novo nem que seja para descobrir que eu estava certa. O problema é que eu ainda não corrigi a minha casa em função dos novos hábitos. Quer dizer, ainda não arrumei as gavetas e os guarda-roupas para atender minhas regras. Aos poucos venho separando algumas peças, mas ainda não me arrisquei a tirar tudo e fazer arrumação. Eu também tenho que achar algumas soluções para ter as coisas mais a mão. A limitação do espaço é um ponto crítico. E também não limpei a minha despensa. Quer dizer, depois de um tempo testando se eu sentia falta de um produto e resolver por tirar ele da dieta, ainda tenho alguma coisa na despensa e não joguei fora. Então tenho tentado consumir sem enjoar até acabar para depois não comprar mais. Achei que ia ser rápido. Vou começar a comentar as minhas proezas e conquistas que não necessariamente tem a ver com a minha lista de organização. Vou usar os marcadores To Do List e Alimentação.

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