terça-feira, 26 de setembro de 2017

A informação mais valiosa

Ok, estou um pouco amarga, mas vale a reflexão.
Não lembro que esta informação tenha sido tão crítica na primeira gravidez. Inclusive demoramos bastante para divulgar nomes embora já os estivesse escolhido. Desta vez, com a facilidade que tem sido para os pais fazer o exame de sangue que informa o gênero da criança, fui constantemente questionada sobre esta informação desde os primeiros meses de gestação. Muitas pessoas sequer se davam ao trabalho de perguntar se está tudo bem. Queriam mesmo era saber com quanto tempo eu estava e se já sabia o que era. Para não ser mal educado, perguntava se eu tava enjoando muito, como se isso fosse o único sintoma de gravidez. Não importa que eu esteja me sentindo muito mal e tenha muitas dores nas costas, ou que eu esteja tomando remédio para enjoo todo dia. 
Sinceramente, fiquei com menos vontade ainda de descobrir o sexo se isto era a única coisa que importa. Para mim, o mais importante é que venha com saúde, que dê tudo certo no parto, que a mais velha consiga lidar com a situação, enfim, que eu acerte mais do que erre e consiga fazer melhor tudo o que errei com a mais velha. 
Também não quero ser soterrada de obrigações que eu não vou conseguir cumprir, não quero ter que ficar pedindo ajuda e nem aturando um monte de gente na minha casa dando palpite na minha vida. Quero ser capaz de manter a calma para tomar as melhores decisões e sentir orgulho do que eu construí como família.
Isso é o que significa esta escolha de um novo filho, e isso é o que me dá anseios pela tão aguardada espera.
É completamente diferente da ansiedade que eu tinha na primeira gestação. Mas continua não tendo nada a ver com a pergunta que parece ser a informação mais importante. 
Curioso que estamos vivendo uma época que todo mundo quer aclamar pela liberdade de gênero, de escolha de orientação sexual.... Então porque que eu preciso saber isso antes? Eu não quero pensar neste assunto. Agora, eu preciso estabelecer o laço de afeto com este novo ser, para ser capaz de lidar com a personalidade que ele vai ter. Nos primeiros meses, em que não souber se expressar, terei que entender o que está precisando e tentar descobrir o gosto, as preferências e a personalidade.
Enfim, eu compartilhei a informação com as pessoas porque uma hora ou outra passará a ser evidente. Estou mudando o meu ritmo de vida por necessidade e não é algo que eu possa voltar atrás. Mas isso não dá o direito de interferir na vida da minha família. Inclusive, interesse em ajudar não depende de saber se é menino ou menina, já que o mais importante não é um presente.
Eu queria só trazer uma reflexão de que a informação mais importante não é se é menino ou menina. E que perguntar para uma grávida se ela está bem só por educação é melhor nem perguntar. Você não vai querer saber os detalhes se ela resolver contar e nem vai ficar satisfeito se ela disser que está bem.
Eu passei a fazer isso, sempre responder que estou bem. Que não sinto dor e que não estou enjoada. Mas as pessoas ficam olhando estranho como se isso não fosse normal. O que eu posso fazer se essa é a verdade?
Mas ninguém me pergunta se eu estou precisando de alguma coisa, se quer que leve o jantar para não precisar ficar na cozinha, se não precisa que fique com a mais velha para poder resolver as coisas para o bebê ou mesmo descansar. Como eu estou bem esperam que de repente apareça um quarto montado com tudo que a criança precisa, que eu receba visita sempre que eles quiserem e que ainda sirva alguma coisa para comer e beber. E nossa, a casa está uma bagunça porque eu estou desleixada.
Eu estou bem na maior parte do tempo. Tenho discutido com o obstetra quaisquer coisa que eu não saiba o que fazer. E não é a primeira vez que passo por isso. Então, não preciso de conselhos de quem não tem filho.
A propósito... é outra menina!

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