sexta-feira, 18 de março de 2011

O Guia do Toco

A maioria dos livros nacionais que tenho lido têm vindo pelo Livro Viajante. Muitos talvez eu sequer tivesse curiosidade em ler. Mas pretendo falar mais sobre isso futuramente.
"O Guia do Toco" fala sobre aquilo que todos nós passamos para dominar a arte da conquista. Afinal o lado bom dos erros é que aprendemos com eles.
As autoras fazem uma coletânea bem humorada e com exemplo dos "tocos" tomados. Aqui em São Paulo, falamos de forma mais genérica "levar um fora" quando termina um namoro ou relacionamento e "tomar um toco" quando a cortada já é na primeira investida, digamos que na cantada. O "Toco" utilizado no livro engloba os dois conceitos. Parecia muito mais com o "Fora". Nunca havia perdido tempo pensando na definição e nem sei se o que eu entendo é um consenso. Mas demorei algumas páginas para acostumar. Apenas umas poucas, porque o livro é fininho e com algumas ilustrações que seguem a mesma linha da capa.
A ideia do Guia é preparar, principalmente a mulher para o Toco, como identificá-lo e se defender (fuja, ou dê um toco antes, que o toco é certo). Mas também é um guia de como aplicar, não sei se intencionalmente. Não tem muita diferença homem/mulher nas situações narradas a ponto de ser um livro de mulherzinha.  Afinal, a sociedade mudou muito em termos de Guerras dos Sexos. Garanto que a leitura agrada igualmente homens e mulheres pela forma como são variadas as situações.
Nenhuma delas é novidade, mas os nomes dos tocos são bem criativos.
Esse foi o Nono Livro que eu recebi pelo grupo Livro Viajante e foi cortesia da Janaína. Obrigada e espero poder retribuir.

quarta-feira, 16 de março de 2011

O Velho e o Mar


O que torna os livros de um ganhador de Nobel da Literatura tão especial? Provavelmente já eram especialmente bons para que o autor ganhe este renomado prêmio. São 3 os livros de Ernest Hemingway que eu tinha vontade de ler para conhecer. Um deles é "Paris é Uma Festa". O outro era "O Velho e o Mar". O que me impedia? O preço. Por mais que o autor tenha sido um renomado escritor, acho os livros muito caros para suas poucas páginas. Mas tenho reanalisado muitos de meus conceitos, inclusive esse.
É uma história de pescador. Bom, ele já está velho e são muitos dias sem nenhum peixe. Não tem recursos além dos equipamentos de pesca e o barco. Com esse tempo todo sem efetivamente pescar, inclusive a comida lhe falta. O jovem aprendiz que o acompanhava, atendendo aos apelos da família, passa a trabalhar em outra embarcação. Mas nem por isso o velho pescador desanima de voltar ao mar todos os dias. Afinal, outras vezes esteve muitos dias sem nada. Então, ele finalmente pesca um peixão, mas esse é só o começo de uma disputa.
O desafio do pescador todo dia no mar lembrou-me muito "Moby Dick". Fiquei feliz por já ter lido "Moby Dick" antes de ler "O Velho e o Mar".
Em momento algum se gasta um tempo contando a vida dos personagens além daqueles poucos dias. Quer dizer, conta-se muito pouco. Por isso o livro é tão fininho.
Eu li algumas coisas que escreveram sobre o livro, e o que mais me marcou foi a afirmação de que muitas pessoas destacam a genialidade desta obra pelos seus muitos significados e diferentes interpretações. Eu não conheço o suficiente para uma análise tão profunda. Todos deveriam conhecer para ter seu próprio ponto de vista. Achei a história bem triste.
Esse foi o Décimo Primeiro Livro que eu recebi pelo grupo Livro Viajante e foi cortesia do Leko. Obrigada e espero poder retribuir.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Asterix

Faz quase 6 meses que estou morando na França em função do meu trabalho. Mais precisamente, estou em Aix en Provence, que fica no sul do país e próximo de Marselha.
Nos finais de semana, o ritmo de vida é bem diferente da rotina de segunda a sexta. A partir de sábado à tarde a maioria das lojas e supermercados fecham. O jeito é aproveitar para passear, procurar alguma apresentação cultural, ver as feiras nas praças, ler um livro ou ficar à toa tomando um café em uma mesa de um bistrô qualquer só para ver o vai e vem de pessoas e carros.
Em um domingo de manhã, acabei encontrando uma feira de livros usados. Várias pessoas estavam oferecendo seus livros de todos os tipos e épocas. Despretenciosamente comecei a procurar algo para me distrair e acabei encontrando os quadrinhos do Asterix. Quando o vi, lembrei dos desenhos animados que tantas vezes assisti em minha infância e resolvi que esse Band Dessiné (quadrinho em francês) seria uma ótima forma para me distrair e praticar o meu francês.
O quadrinho conta as aventuras de Asterix, seu inseparável amigo Obelix e seu cãozinho Ideiafix durante a época do império Romano. Esses irredutíveis gauleses são conhecidos por terem uma força sobre-humana graças ao efeito da poção mágica feita pelo druida Panoramix. Essas histórias representam de uma forma tipicamente francesa os seus conflitos com os romanos e as diversas aventuras dos guerreiros gauleses em lugares distantes e culturas diferentes.
Sem perceber, essa é uma leitura rica em história, geografia e em informação cultural dos povos que Asterix visita. Para dar uma ideia, eles participam dos Jogos Olímpicos em Atenas, viajam para a Índia, Grã-Bretanha, Egito, Roma, encontram piratas e mercadores... enfim, a cada edição temos novas descobertas e aventuras. Como são 34 edições ainda terei bastante para ler...
Algo muito interessante é o paralelo com os costumes do povo francês: a culinária diversificada, cheia de temperos, ervas, carnes diversas (javali, lebre, pato, cavalo, boi, cordeiro, escargot...) e as refeições ao ar livre. Outro ponto é o interesse (do francês) por outras culturas e a vontade de viajar pelo mundo.
A leitura é leve e divertida, mas não sei se têm todas as edições em português. Enfim, para quem quiser aprender ou estiver aprendendo o francês esse quadrinho serve de motivação.

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Asterix, texto de R.Goscinny e desenhos de A.Uderzo
Para quem quiser se informar mais, segue o site oficial.
E para mais quem gosta de mais emoções, próximo a Paris, existe um parque de diversões do Asterix.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Apátrida

Eu sou dramática por natureza.
Logo nas primeiras páginas deste livro, achei que não terminaria. As margens são bem pequenas e o espaçamento também, não tem figuras e a narradora usa algumas palavras em polonês.
Como o livro foi uma cortesia da autora no grupo Livro Viajante, insisti mais alguns capítulos. E sofri para parar já que eu não tenho muito tempo para ler, infelizmente. São só umas duas horas à noite, antes de dormir, ou na sala de espera antes de viajar.
Essa é uma história que se passa no leste europeu, justamente na Polônia onde começou a II Guerra Mundial. Irena é a filha mais nova de uma família de camponeses. Seu melhor amigo é um judeu, Jacob.
Embora seja uma história de muito sofrimento, é maravilhosa. Irena é uma sobrevivente. Viveu sob o regime comunista logo após o casamento, depois sob a dominação dos alemães de volta na Polônia, até ser levada para um campo de concentração.
A partir do 7º ou 8º Capítulo, a narradora mistura passagens do presente junto com o passado. Os nomes vão aparecendo aos poucos, para ir juntando a história. O amor aos filhos é incondicional. E a admiração vai aumentando a cada dia. Com relação aos amores de Irena, tanto Rurik como Jacob e os que aparecem depois, ao longo da narrativa dá para perceber que o sentimento vai mudando.
Nenhum personagem se trata de uma mera citação. Todos têm uma importância grande para a história. Vale a pena prestar atenção em todos eles.
Irena erra, se arrepende e reflete sobre tudo isso ao contar sua história. O prólogo já fala de Irena com netos e bisnetos no Brasil. Então não é spoiler dizer que ela vem para o Brasil e sobrevive a isso tudo.
Recomendo atenção para quem não gosta de livros sobre guerra. Eu gosto bastante. De fato é muito triste e tem muito sofrimento. Mas como eu disse no começo, embora tenha parecido à primeira vista que eu não conseguiria ler, não consegui parar.
Esse foi o Décimo Sexto Livro que eu recebi pelo grupo Livro Viajante e foi cortesia da autora, Ana Paula. Essa resenha faz parte das regras de participação para esse livro viajante. Obrigada e espero poder retribuir.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Dezajustada

A personagem principal se chama Charlie. Não, não é um rapaz. É uma moça. Charlie é de Charlotte. Por quê? Ah, é que o pai é grego. E o nome que o pai acha que deu para a filha é um pouco diferente.
Charlie é formada, trabalha numa academia, mas ainda mora com os pais. A academia ou Empório para o Corpo, como prefere que seja chamada, é a estigma de perfeição. Frequentada por famosos. Segue um critério rigoroso para admissão de sócios. O dono é um visionário de oportunidades para lucro.
Charlie acabou de ser promovida a gerente. E nem bem começou a entender como é o trabalho, tem a preocupação de não ser odiada pelos colegas, recebe ordens incompletas de seu chefe e não quer perguntar para não parecer que não mereceu a promoção. Alguns professores da academia não estão muito a fim de trabalhar. Outros estão marcando ensaios para o novo clipe de uma estrela pop. Mas o auditório precisa de manutenção...
O pai de Charlie resolveu arrumar um noivo para ela. E tem que ser grego. Mas Charlie arrumou um rolo muito interessante.
É, a vida dela está complicada. Completamente Dezajustada. Mas Charlie é esperta. Sempre dá um jeito.
Foi difícil resumir. Não conhecia nada da autora. Mas li em poucas horas. É um chick-lit interessante. Charlie não é insegura, é cativante e esforçada. Suas confusões, principalmente as "coisas de grego", são muito engraçadas. Não tem como não rir com o pai de Charlie: "mim não ser grico, mim falar inglês". Essa é uma história leve e divertida com alguns detalhes picantes. Proporciona também várias risadas.
Como tenho dado prioridade para os Livros Viajantes, na ordem em que eles chegam, não consigo escolher muito o que vou ler pelo meu estado de espírito, mas terminei de ler esse com vontade de mais. Minhas leituras estão bastante mecanizadas, infelizmente.
Esse foi o Oitavo Livro que eu recebi pelo grupo Livro Viajante e foi cortesia da Carol V. Obrigada e espero poder retribuir.

sábado, 5 de março de 2011

O Diabo Veste Prada


Gosto de ler chick-lits por que eles são meio vazios. Afastam-me do mundo e dos problemas. Também, filmes do tipo romance bem meloso eu  assisto muitas vezes quando estou sozinha. É um lado meu um pouco masoquista. E para explicar como funciona essa relação, vou ter que falar desse livro com MEGA SPOILER. Não diga que eu não avisei.

Andrea é uma jornalista recém-formada que quer tentar a carreira em Nova Iorque. Em meio a muito glamour, consegue uma entrevista na revista Runway, que é uma revista de moda. Embora a moda não faça parte do mundo de Andrea, ela resolve encarar o emprego com a promessa de que se ficar 1 ano terá indicação para trabalhar no jornal ou revista que quiser. Mas a vaga é de assistente de Miranda Priestly. A mulher que vem ditando a moda nos últimos 11 anos. E a função pode ser não só atender o telefone, anotar recados, agendar reuniões, mas também buscar o almoço, fazer o trabalho escolar das filhas, levar o cachorro no veterinário e qualquer outra coisa que possa imaginar. Tem dois pontos altos que fazem parecer que Andy vai perder o emprego: achar uma mesinha que Miranda viu numa vitrine de alguma rua de Nova Iorque e conseguir o manuscrito do novo livro de Harry Potter.
Bom, muita coisa muda na vida de Andy. O que nos faz pensar até que ponto iria por uma oportunidade na carreira, mesmo que tenha que aguentar um emprego que é um sufoco. E quais são suas reais opções e escolhas para atingir um objetivo sem mudar seus valores.
Andy tem personalidade forte, não perde tempo reclamando da vida. Se esforça para se superar sempre. Mas esquece que a todo momento está tomando decisões e todo tempo acredita que não teve escolha e a decisão já havia sido tomada por outrem. Ela apenas aceitou. Seus amigos e o namorado, não são tão amigos assim, para curtir o que ela está vivendo.
Eu li o livro já faz um tempo e já tinha assistido o filme algumas vezes. Gosto muito das personagens da Anne Hathaway desde "O Diário da Princesa". Esse filme é muito legal pelos figurinos e os eventos, os cenários... Não sei se prefiro Nova Iorque ou Paris. O escritor que eu imaginei no livro era bem diferente do que o ator do filme, mas indubitavelmente é encantador. O filme é bastante fiel ao livro. As pequenas mudanças não mudam o rumo da história. A sequência de ações que é um pouco diferente. E as cenas cômicas ficaram ótimas. Confesso que entendi melhor a história da última vez que eu assisti o filme. E acho que agora deveria ler o livro de novo. Ele não é tão vazio como imaginava. É impressionante como tem pontos de vista que estão lá, escondidos e não vemos.
Recomendo como uma leitura leve, sem compromisso.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Quase Me Perdi

Antes de começar, preciso pedir desculpas pela ausência constante. Esse não tem sido um período fácil. O blog fez aniversário em fevereiro mas passou em branco. Esperava ter a estreia de um novo colaborador, mas não foi possível.
Embora não seja parte de uma parceria, através do Livro Viajante tenho tido contato com vários livros nacionais que o próprio autor disponibiliza para viajar. E essa é a história de "Quase me Perdi". Uma cortesia do Paulo Siqueira.

Eu li o livro, o tempo todo achando que eu conhecia esta história. Sabendo que ela me lembrava alguma outra coisa.
Quase me Perdi é a história de redenção de Zezinho, um menino de bom coração, filho de retirantes, com um pai alcóolatra, morador da Zona Leste de São Paulo. Desde muito criança, foram várias as oportunidades de Zezinho se perder. Contestando a afirmação de que o meio é o principal motivo de desencaminhamento das crianças, Zezinho tenta achar um caminho para vencer. Não chega a ser um heroi, ou um exemplo a ser seguido. Zezinho erra e toma várias decisões insensatas. Boa parte justificadas pela falta de maturidade. Mas nada que o faça melhor ou pior que os outros. Principalmente por isso: não ser perfeito, apenas mais um retrato da humanidade que busca se encontrar.
A mãe de Zezinho é um exemplo de respeito, carinho e bondade. Sua paciência infinita com Zezinho e a sua forma de se doar para todos, é impressionante. Mesmo depois da separação dos pais, a família do pai ainda adorava a mãe de Zezinho...
O livro tem uma tocada saudosista que me cativou; inclusive com comentários do narrador, que me fizeram lembrar a minha infância embora não sejamos contemporâneos, quer dizer, tem mais de 15 anos de diferença. 
O Zezinho pode ser qualquer um daqueles jovens que encontramos no ponto de ônibus, ou dando bobeira no shopping, ou sentado na calçada com os amigos ouvindo música.
Acredito que seja uma leitura agradável para qualquer pessoa. Não parece ser uma biografia, mas também não é um livro que nos deixa saudade a ponto de querer ler de novo.
Enfim, esse foi o Sétimo Livro que eu recebi pelo grupo Livro Viajante e foi cortesia do Paulo. Obrigada e espero poder retribuir.