quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Como Comecei a Repensar o Dinheiro

Em 2009, logo após uma cirurgia, tive algum tempo para ler os livros que eu tinha guardado. Entre os mais de 300 que tinha, um dos que peguei para estudar foi "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos". Ele foi um dos muitos que coloquei na lista de leitura após a indicação de outras pessoas. E eu achei a leitura tão proveitosa que comprei o livro, apesar de já não tê-lo mais.
Desde que eu comecei a trabalhar com um salário decente, sofri pressão para aderir um estilo de vida que não combinava comigo. As pessoas tentavam me convencer que eu devia comprar um iphone, devia me associar ao clube, devia comprar uma bolsa, devia fazer tantas coisas que eu nunca tinha feito e que agora eu merecia. Não vou mentir que muitas coisas eu cheguei a comprar, mas a maior parte delas eu não me acostumei e acabei descartando. Pode imaginar as pessoas que ganharam produtos praticamente novos que eu estava doando porque resolvi que não queria mais. 
E a minha solução foi guardar o dinheiro que eu não via necessidade de gastar. Fiz algumas aplicações financeiras de baixo risco e me preparei para comprar um imóvel.
Acontece que quando eu li "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos" algumas coisas me chamaram a atenção. A primeira que para ter uma renda mensal de 2.000 reais, é preciso ter praticamente 1.000.000 investido num fundo melhor do que poupança. E então eu me assustei com o alto valor a ser acumulado e com o talvez baixo valor da renda mensal. Quer dizer, se pensar só no plano de saúde de uma pessoa acima de 60 anos, quase toda a renda mensal está comprometida. Mas o livro abriu a minha cabeça para considerar não ter uma aposentadoria formal, ter fontes de renda diversas que não só os fundos de investimento do tipo previdência, fundos de pensão e aplicações financeiras em bancos e principalmente sobre patrimônios.
O livro fala de várias coisas sobre o enriquecimento. Mas principalmente fala de maneira geral sobre educação financeira. Eu tenho certeza que cada pessoa aproveita um conceito diferente de tudo o que é dito. E para se aprofundar em um dos conceitos, é preciso procurar outras publicações. 
A segunda coisa que me marcou neste livro, e que eu reflito muito até hoje, é sobre a vantagem financeira de viver de aluguel ao invés de considerar a "casa própria". Mas para realizar o conceito é preciso ter o desapego de saber que o imóvel que mora não é seu, não pode mexer do jeito que você quiser e pode ter que se mudar a qualquer momento.
Mais importante do que definir quanto eu queria guardar do meu orçamento doméstico, eu resolvi primeiro pensar qual o estilo de vida que eu pretendo ter, que tipo de coisas que eu quero comprar e como eu quero viver. E o dinheiro que foi sobrando eu fui guardando. Fiz as minhas reservas de emergência, o plano de férias e assim vai. E é assim que eu vou fazendo. E foi assim que eu passei a simplificar a minha vida e diminuir as coisas que eu tenho.
Depois deste livro, passei a ter sempre uma ou duas opções de livros que abordassem a produtividade, gestão do tempo e enriquecimento. Eu não quero ganhar dinheiro fácil e ficar rica. Mas eu não quero fazer nada a mais do que o necessário.
Um outro livro, por mais idiota que pareça, que me ajudou foi um dos volumes da série "Delírios de Consumo de Becky Bloom". Em um determinado momento, em uma das enrascadas que a Becky se mete, tentando não apelar para os fundos dos pais ou do namorado/marido, o pai dá a ela alguns conselhos sábios que ela não entende muito bem a aplicação. O pai dela fala que para se livrar da dívida ela pode fazer duas coisas: diminuir os gastos/despesas ou ganhar mais dinheiro. Por incrível que pareça, sempre que alguém se vê numa enrascada resolve fazer alguma coisa para ganhar mais dinheiro, mas assim que o dinheiro entra, já entra num novo gasto. Ou faz a conta de ganhar mais dinheiro sem fazer a conta de quanto vai gastar para ganhar esta renda nova. E, na maioria das vezes, esta variável é inútil. Eu não espero que alguém diga que dá pra aprender sobre finanças lendo "Becky Bloom". Mas espero que seja possível usar qualquer conselho, para um personagem fictício, para despertar o que vai ser importante para você. O pai da Becky não é genial. O conselho dele é o que qualquer pessoa pensaria. Porque inclusive é mais fácil pedir um aumento, ou fazer um artesanato para vender, do que equilibrar as despesas. 
E assim, fui aprendendo uma coisa aqui e outra ali.Mas a mensagem de todos estes livros é "deixe o seu dinheiro trabalhar para você".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários, sugestões e críticas são bem vindas desde que feitos com educação. Obrigada por deixar seu comentário.