Não chego a ter fixação por segunda guerra mundial, mas acho muito válido ler livros de guerra para não perder a noção do valor da vida e das atrocidades que o ser humano é capaz. Foi um pouco frívolo de minha parte escolher este livro pela capa, mas é fato.
Não sou de reparar muito ou criticar livros que têm pequenos erros de tradução ou ortografia; apenas quando são erros crassos, mas nesse livro, a revisão foi deprimente. Eu voltava e lia de novo e a frase não fazia sentido. Quer dizer, se eu ignorar algumas palavras da frase, consigo ler as demais e entender o que se quis dizer, mas não são nada discretos. São desagradáveis, mas tenha paciência.
A história é emocionante. Tendo sido a Polônia um dos países mais devastados por esta guerra, fico sempre surpresa com as histórias dos sobreviventes. E quantos não eram os inimigos, os conflitos. Diferentemente de Apátrida, que foi uma obra de ficção, esta é não-ficção.
Embora seja baseado num diário, e qualquer testemunho possa ser comparado com "Diário de Anne Frank", os relatos da Clara, não seguem a mesma linha e nem são tão pessoais.
A narração segue uma ordem cronológica, com um resumo do que aconteceu no período e um trecho do diário em um dia daquele período no princípio. Acredito que não deva ter sido fácil reler todos os relatos e organizar o texto para gerar este livro. Outras duas coisas eu considerei fundamentais na leitura: a árvore genealógica da família de Clara e a planta baixa (mesmo que fora de escala) do abrigo em que estiveram.
Por não ter foco no romance, os personagens são apresentados só quando passam a fazer parte, sem retomar o passado.
Além de polonesa, Clara é judia, então o primeiro conflito foi com os russos. Depois do início da guerra, quando os alemãs invadiram a Polônia, o conflito se volta com os alemães. Mas a perseguição que os alemães pregam aos judeus coloca os próprios poloneses e demais eslavos, não judeus, contra os judeus. São vizinhos contra vizinhos e muita delação premiada. Difícil saber em quem confiar. Não só aqui, mas em muitos livros, é claro que a escolha por esconder judeus era um negócio. Em alguns momentos havia piedade, mas os judeus pagaram tudo o que tinham por uma água suja de batata, por alguns anos de cativeiro sem poder fazer barulho e sobrevivendo em condições impressionantes. Por mais dolorido que possa parecer, eu recomendo a leitura. Sinto que refletir sobre esse tipo de acontecimento nos ajuda a nos mantermos mais humanos.
Este livro foi cortesia da Lynnë ao grupo Livro Viajante. Obrigada Lynnë, espero poder retribuir.
Oi Clara
ResponderExcluirJa tinha curiosidade para ler este livro.
Revisoes ruins acabam com o gosto do livro, tbe acho o fim!
Gostei muito do seu blog.
Tbe tenho um!
Bjks mil
www.blogdaclauo.com