quarta-feira, 20 de junho de 2012

João & Maria


Logo no começo senti saudades da minha adolescência e dos tempos da faculdade. Tem muito de mim no João e muito de mim na Maria.

A pobre Maria iludida se apaixona platonicamente pela estrela de rock eminente, João.
Impressionante como a falta de experiência e de amor próprio coloca a Maria num namoro (em que ela não acredita) com o Pedro, assim como não acredita no amor correspondido como o dos romances da literatura e das letras de música. Já João, que se entrega para a vida e procura curtir da melhor forma possível, embora muito carinhoso e romântico, acaba se tornando mulherengo após sofrer um desilusão.
Depois que o Pedro propõe casamento à Maria e sugere que ela faça seu TCC sobre a banda de João, que é seu amigo da faculdade, Maria passa a encontrar João e os outros integrantes da banda quase que diariamente. Só que entre encontros e discussões, os sentimentos de ambos ficam diferentes, confusos.
Embora muito diferentes, em um aspecto são iguais: não acreditam em relacionamentos, mas por motivos muito diferentes. João e Maria disputam subliminarmente quem tem a melhor compreensão de um bom relacionamento sendo que ambos aparentam não conhecer, baseado em ideias preconcebidas e experiências vividas de forma obtusa.
Este livro foi escrito por dois autores em capítulos alternados. Cada autor narrou a história do ponto de vista de um dos personagens (Ana Paula para a Maria e o Marcos para o João). Um ponto muito bom é a sincronicidade dos autores, já que nem dá para perceber a diferença dos capítulos do João para os da Maria além da diferença natural de personalidades. Uma coisa que me surpreendeu e me deixou perdida algumas vezes foi a narração dos fatos pelos dois pontos de vista. Provavelmente por estar desacostumada com esse tipo de escrita, estranhei as "voltas no tempo" de quando iniciava um novo capítulo e estava sendo narrado um fato que eu já tinha lido no capítulo anterior. Falta de esperteza pelo excesso de sono.
Confesso que eu me apaixonei por essa história e embora não seja super fã de rock, pelo menos da forma como eles vivem, é a trilha sonora perfeita para esse romance.

Esse livro foi uma cortesia dos autores no blog do livro para alguns blogs e fico feliz que o Velocidade de Tartaruga tenha sido escolhido entre eles.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Orgasmos Fatais


Não sei bem se foi só o título que despertou a minha curiosidade neste livro. Boa parte dele, li na praia. É um ótimo lugar para se ler, mas por ser um lugar público, despertei a curiosidade de muita gente tentando deduzir o livro. Fiquei bastante constrangida de ter que explicar o título. A autora conseguiu chamar muita atenção com ele. Mas a história não gira em torno de sexo. Os romances da Nora Roberts são bem mais safados, ao meu ver. Mas a sociedade ainda tem muitos códigos de conduta desnecessários, que coloca algumas palavras como sendo indecorosas sendo que não deveriam ser.

A história começa com o assassinato de Mariana e gira em torno da investigação. A principal suspeita é Daniela, ex-namorada do atual namorado de Mariana. Além da rixa entre ex, que sempre existe, principalmente quando se trata de alguém importante, a família de Mariana se mete em tudo, o que também aumenta a confusão e os suspeitos. Muitos personagens são mentirosos e os que não mentem usam meias-verdades. Considerei muito positivo para manter o mistério na investigação. Na maior parte do tempo tive dúvida de quem era o assassino, o que considero positivo. E o final até que me convenceu. Mas os personagens não são muito cativantes. Outros personagens são pouco explorados.  A autora explicou que usou isso justamente para que não torcêssemos por determinado personagem. O único que não era suspeito era o investigador, Douglas, mas este se envolveu de tal forma com o caso que deixou de ser completamente neutro.
Considero um excelente romance policial. Foi um bom começo para a autora que está trabalhando nas sequências. E que venham os próximos!

Este livro foi cortesia da autora Fernanda Borges para o grupo Livro Viajante. Fernanda, obrigada por disponibilizar e parabéns pela obra!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Não Leia essa Carta

Bom, a primeira impressão que tive na leitura deste livro é que a escrita é muito gostosa. A história é narrada por Andrew e ele começa narrando a vida de seu pai, explicando a escolha de seu nome e falando sobre sua amizade com Lorenzo.
Apesar de tudo se passar na Flórida, Andrew e seu pai adoram futebol e acompanharam os jogos da Copa de 1986.
Bom, na verdade, Charles, pai de Andrew é um fugitivo da cadeia, um assassino especializado em crianças adotadas e casais em que a mulher tem mau gosto. E como fugitivo, ninguém pode saber de seu paradeiro.
Andrew tenta levar uma vida "normal" apesar dos mistérios e crimes que envolvem a vida de sua família, até que um conhecido do trabalho, aparentemente tem como objetivo de vida encontrar seu pai e devolvê-lo à cadeia. E Charles foge.
Alguns dias depois, Andrew recebe uma carta com ameaças e a narração muda bastante. Ele e Lorenzo tentam descobrir quem enviou as cartas misteriosas e vão recebendo novas cartas. A cada carta, uma nova ameaça. A princípio só há um suspeito, mas depois o "raciocínio dedutivo" de Andrew nos leva a outros suspeitos.
Andrew é muitas vezes satirizado por sua inocência e seu medo pelos pais e por Lorenzo e por isso é também muito divertido e atrapalhado. Em sua busca pelo autor das cartas, Andrew tem vários desatinos, desconfia de todos e vai envolvendo cada vez mais pessoas em torno das ameaças. No fim, ele consegue descobrir o autor das cartas, mas o final é surpreendente.
Ao meu ver, parece serem duas partes, a primeira, antes do início das cartas e a segunda, depois da primeira carta. Na primeira parte, Andrew conta como se fosse um "flashback". A segunda parte, embora também esteja narrando o passado é como se nesse momento o narrador deixasse de ser onisciente e não conhecesse o autor das cartas.
As cartas eram enviadas para o Andrew e para o Lorenzo, embora não seja a mesma, ambas cartas têm o mesmo conteúdo, o que foi algo divertido de constatar na busca de alguma pista.
Apesar de corrida, esta foi uma leitura bastante prazerosa.
Este livro foi cortesia do autor Darlan Hayek Soares.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Casamento

Não vou falar de um livro com esse nome, mas como o casamento é retratado na literatura.
A grande maioria das mulheres tem uma relação desgastada em relação ao casamento. Pode ser um sonho ou o objetivo de vida como em "Vestida para Casar", que supera qualquer outro exemplo.
E não é muito diferente do que é descrito em "Orgulho e Preconceito" ou em "Emma" mas com a diferença de dois séculos. Todos os livros de Jane Austen giram em torno da necessidade das mulheres em encontrarem um bom casamento.
A curiosidade é que depois dos anos 70, que o casamento quase foi abolido (em termos de convenção social) pelo movimento hippie e a emancipação da mulher, a situação ficou muito estranha.
A maioria dos romances chick-lit têm a pretensão de apresentar os conflitos da mulher moderna, independente e tal, mas aparentemente é um exercício muito complicado expressar o casamento neste contexto. Por exemplo, na série de livros da Becky Bloom, Luke Brandom é um anjo da guarda na vida de Becky. Será que ela não é uma paginação moderna dos mesmos conflitos de Cinderela? Então, por que os livros deste tipo sempre acabam em casamento? Aparentemente, o casamento continua sendo a maior busca da mulher moderna, determinante para a sua felicidade.
A primeira vez que li "Melancia" achei se tratar de algo diferente disso tudo já que começa com o fim do casamento de Claire. Mas então aparece Adam, que é encantador, e o ex-marido só era o cara errado e não uma mudança de valores das mulheres. Não nego que Melancia me abriu para uma literatura que eu não conhecia.
Sempre que volto a ler Jane Austen continuo achando uma história grandiosíssima para a época em que foi escrita. Mas o que mudou na visão do casamento nos dias de hoje? Acredito que quase nada.
Podemos nos divertir com as trapalhadas de "Bridget Jones" ou se admirar com o glamour de "O Diabo veste Prada" e retornar para a linguagem aberta de "Sex and the City" e ainda estamos num mundo que só é completo com uma feliz relação a dois. (Cuidado se sua referência for só vídeo ou também o livro). Talvez não através de um casamento tradicional, mas ainda preso aos mesmos valores arraigados. Acredito que mesmo a mulher moderna, independente e tal, sente a necessidade de se sentir feliz em todos os aspectos da vida e por isso a necessidade do relacionamento. E não há mal nenhum nisso.
Eu realmente acredito que pode existir (ou vir a ser escrito) algo novo, e justamente por isso gosto tanto de ler romances e chick-lit na tentativa de encontrar. Mas na maioria das vezes, quando eu termino o livro, fico com a sensação de que ainda refletem um pouco mais do mesmo com suas pequenas variações.
Bom, reforço que esta é apenas uma reflexão única e exclusivamente minha. Embora todas as obras que citei eu já tenha lido ou assistido (mais de uma vez inclusive), nem todas estão resenhadas e caso as sejam, farei os links para facilitar a visualização e principalmente, permitir que entendam melhor o meu ponto de vista.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Relíquia


A literatura de ficção que envolve o fantástico e o sobrenatural é pouco explorado por autores nacionais. Por isso achei tão interessante que esta obra permeie o sobrenatural falando sobre maldições antigas para desvendar histórias mitológicas.

Nicholas e Andréia estão a frente de um instituto que busca desvendar o grande mistério acerca de Aldheron. Andréia é uma personagem dúbia. Desde o começo, não consegui ter certeza de suas reais intenções ou ter convicção de sua sinceridade. Nick e sua filha Jennifer são personagens cativantes. A história se desenvolve naturalmente e a leitura flui.
A narração mistura elementos no presente, da equipe de egiptólogos e as escavações, e também do passado sobre as lendas como se estivessem acontecendo. Fiquei esperando um momento em que fossem se encontrar. Lembrou um pouco como Kate Mosse escreveu "Labirinto".
Outro ponto que achei muito bem elaborado é com respeito às armadilhas no Templo. Ficou um pouco um clima de que alguém na equipe teria outros interesses (ou ambições) e iria trair o resto do grupo. Suspeitei fortemente de Andréia em boa parte do livro, mas não tirei nenhuma conclusão. Outro que não passou confiança foi o especialista em armadilhas. Ele não conseguiu identificar e desarmar preventivamente nenhuma. Parecia que o até a inexperiente Jennifer conhecia mais sobre armadilhas do que ele.
Na verdade, o autor domina tão bem o tema que teria espaço para pelo menos mais umas 200 páginas para desvendar todos os mistérios do templo, já que não explora toda a mitologia e todos os corredores (sim, eles encontram um templo). Muitas perguntas continuam sem resposta. E olha que esse livro não é fininho.
Ainda no final, o autor anuncia o próximo volume em torno de outro mistério, por isso a sensação que as perguntas continuarão sem respostas. Fiquei curiosa. Espero que chegue logo.

Não sou especialista em letras ou literatura, mas gosto de ler obras bem escritas. Aceito quando se usa neologismos e linguagem de internet, por exemplo, no texto falado. Mas durante a narrativa, não dá pra aceitar como "licença poética" algumas expressões que fogem à norma culta. Não sei se por ignorância (falha de revisão) ou proposital, o livro faz uso abusivo de alguns termos que não existem. Acredito que este seja o único ponto fraco do livro.
Este livro foi cortesia do autor Gustavo Drago ao grupo Livro Viajante. Gustavo, obrigada por disponibilizar e parabéns pela obra.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Diga-me seu NOME e direi quem você é

A primeira coisa que me veio a cabeça quando peguei esse livro em mãos foi: "Eu não gostaria de começar por este livro..." Eu sei que é uma responsabilidade enorme a escolha de um nome que vai ser uma referência para toda vida. Claro que eu tenho alguns princípios para essa escolha: não inventar uma fusão dos nomes dos pais, não adaptar nomes estrangeiros, não usar nomes que foram de antepassados e não criar um nome novo. Mas a minha prioridade era entender um pouco mais da parte física antes de estudar a parte espiritual. E como estou aprendendo coisas com as pessoas.
Esse livro traz a numerologia de 300 nomes e a interpretação para os números de 6 a 78 que descrevem os nomes possíveis. Parece que não, mas esse é um universo bem grande para os nomes. Outra coisa é que, mesmo para quem tem nomes compostos, você considera o conjunto e o nome pelo qual é mais conhecido. Entendi também que no caso de usar prioritariamente sobrenome ou nome de guerra, ou apelido, "nome artístico" , esta seja a referência para fazer a numerologia.
Então imaginei escolher as características que eu gostaria no meu filho e para isso escolher um nome com aquela numerologia. Comparando com algumas pessoas bem próximas que conheço, achei que a descrição tem mesmo um pouco da pessoa. Dizer que acertou direitinho é bobagem. Pelo menos não aconteceu de ficar com a sensação de que não tem nada a ver. De qualquer forma, a descrição que colocam costuma ser bem genérica. Então resolvi ouvir a pessoa que me emprestou esse livro: "você não precisa escolher o nome de acordo com o filho que quer ter, peça que ele lhe diga qual é o nome dele." Quem ele é, já está definido. Então você pode entender um pouco das características dele. Sabe que isso me deu um banho de água fria? Eu tinha me esquecido disso. Vou guardar esse ensinamento que chegou quase que por acaso, e a ajuda que veio gratuitamente. Lúcia, muito obrigada!

Voltando a falar sobre o livro, já li bastante coisa de esoterismo, religiões, astrologia, auto-ajuda etc. Confesso que sou muito cética e não acredito em muita coisa, mas a curiosidade... Jamais recusaria um livro que alguém me oferece emprestado. Então, só o que posso recomendar é que forme a sua opinião. Esse não é um livro acadêmico, mas também não é um livro que muda a sua vida (embora o conselho que veio junto tenha mudado os meus conceitos).